Operadores de vôo ameaçam fazer greve durante o Pan

A decisão de prender, por 20 dias, o presidente da Federação Brasileira das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Febracta), sargento Carlos Trifilio, acendeu a ira da categoria que agora ameaça parar durante os Jogos Pan-Americanos. ?Agora, é um por todos, todos por um?, avisou um dos controladores entrevistados ontem pelo jornal O Estado de S.Paulo. ?Mexeu com um, mexeu com todos?, disse outro, anunciando que já havia um acordo tácito entre os operadores de que, ?se alguém caísse, todos cairiam juntos e os oficiais teriam de assumir o serviço – que eles não sabem fazer?.

O nível de insatisfação é crescente e a categoria promete transformar a operação padrão nos aeroportos em rotina. A idéia é assumir ?um nível de segurança razoável?, limitando o número de aviões monitorados. ?Com os equipamentos que temos, que duplicam e até triplicam o número de aeronaves na tela, a idéia é de que este número seja de oito aviões, para que a gente possa fazer o controle com zelo e atenção?, afirmou um controlador. Ele reconheceu que isso poderá causar atrasos e retenção de aeronaves. ?Mas é melhor assim, para que não possamos ser culpados por mais nada?. Os operadores observaram que o número de aviões monitorados já havia sido reduzido para 14 depois do acidente entre o jato Legacy e o Boeing da Gol, em setembro.

Para os sargentos, a situação crítica não se resume ao Cindacta-1. ?Estamos todos no mesmo barco e a reclamação é generalizada no País?, comentou outro operador, revoltado. Ele disse que várias autoridades estão cuidando de perto do Pan, mas se esquecem dos controladores, ?peças fundamentais?.

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