Operadoras disputam hoje o ‘filé mignon’ da telefonia 3G

O mercado continua acompanhando o apetite voraz das operadoras de telefonia celular pelas licenças da terceira geração (3G). Nesta quarta-feira irão a leilão três licenças da Área 2, que engloba as regiões Sul e Centro-Oeste, Tocantins, Rondônia e Acre, além das quatro licenças da Área 3, que abrange a área metropolitana de São Paulo e também a Estados da região Norte.

Esta última é considerada o "filé mignon" do leilão, pois corresponde ao principal mercado de telefonia do País, além de Estados da região Norte, que foram incluídos no mesmo lote por serem menos atraentes. A idéia do governo é obrigar as operadoras a comprar esse pacote justamente para que essas regiões, de menor interesse econômico, também recebam investimentos.

O leilão das cinco primeiras licenças, realizado ontem, superou todas as expectativas dos especialistas, chegando a ágios superiores a 200%. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) arrecadou R$ 2,4 bilhões. O apetite voraz dos competidores pelas freqüências fez com que a agência elevasse a sua previsão de ágio total para 100%. Com isso, deverão ser arrecadados R$ 6 bilhões para os cofres do governo federal com todas as 44 licenças.

As empresas Vivo, TIM, Claro e Oi, arremataram as quatro licenças da primeira área, que compreende os Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe. Elas pagarão ao todo R$ 1,9 bilhão, o que representa um ágio de 160,45% sobre a soma do preço mínimo de cada lote, que era de R$ 736,5 milhões. A Nextel, que apesar de não ter levado nenhuma licença na primeira área, serviu de fator-surpresa, acirrando a disputa até os lances finais.

Segundo o presidente da consultoria especializada Teleco, Eduardo Tude, que acompanhou a licitação na própria Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), os ágios seriam "bem pequenos" se não fosse a ousada estratégia da Nextel, já que existia uma licença disponível para cada concorrente. "Havia quatro candidatos naturais, que eram Vivo, Oi, TIM e Claro. Com a entrada da Nextel, que disputou forte até o final, passaram a existir quatro lotes para cinco pretendentes", explica.

As freqüências da 3G são tão concorridas porque representam uma nova oportunidade de negócios para as operadoras, com a oferta da banda larga. A tecnologia da terceira geração amplia a capacidade do celular, que passa a exercer novas funções, como um computador portátil que se conecta à internet em alta velocidade, exibindo vídeos e imagens de televisão.

Voltar ao topo