Nova denúncia atinge Correios

São Paulo – A última edição da revista Época traz, neste fim de semana, nova denúncia de irregularidades envolvendo empresas que prestam serviços aos Correios. Desta vez é a empresa de transporte aéreo Skymaster, citada no depoimento que o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) deu ao Conselho de Ética da Câmara, no último dia 14. Segundo a reportagem, por meio de tráfico de influência, a empresa teria conseguido elevação no valor de seu contrato com os Correios, após ter sido obrigada a participar de concorrência que havia reduzido os valores à metade. A Skymaster, responsável por parte das linhas de transporte de carga da estatal desde 2001, tinha um contrato que lhe valia R$ 105 milhões anuais. Quando assumiu o Ministério das Comunicações em 2003, Miro Teixeira optou por renegociar os contratos de carga aérea por suspeita de superfaturamento.

Segundo a revista, com a possibilidade de queda no valor do contrato, a Skymaster passou a fazer lobby em Brasília adotando medidas que iam da articulação de contatos com Miro e o secretário-geral do PT, Silvio Pereira, até denúncia de ligação entre o consultor da concorrência, brigadeiro Venâncio Grossi, com uma das empresas na disputa.

Mesmo com todas essas articulações, a Skymaster foi à disputa no pregão e viu seu contrato de R$ 9,5 milhões mensais cair para R$ 4,7 milhões. Quando o ministro Miro Teixeira cedeu seu lugar a Eunício de Oliveira, em 2004, a empresa pediu revisão das tarifas e em agosto o contrato subiu para R$ 5,3 milhões por mês. Em dezembro, a Skymaster pediu cancelamento do contrato e, em novo pregão, o valor foi ampliado para R$ 9,8 milhões mensais, ou seja, maior que o original.

Valério depõe

O sócio das agências SMPB Comunicação e DNA Propaganda, Marcos Valério Fernandes de Souza, irá depor na próxima quarta-feira na Comissão de Sindicância instalada pela Corregedoria da Câmara dos Deputados. O publicitário mineiro foi apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como o principal operador do suposto pagamento de ?mensalão? a deputados da base aliada ao governo, em troca de apoio no Congresso. 

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