Nova cúpula do PT discute expulsão de Delúbio

Os novos dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT), eleitos no Processo de Eleições Diretas (PED), tomam posse hoje, após reunião do atual Diretório Nacional da legenda que vai deliberar, entre outras medidas, a expulsão do ex-tesoureiro Delúbio Soares.

O novo presidente Ricardo Berzoini, terá de enfrentar, além de um quadro de crise ainda não debelada, uma composição de forças mais equilibrada na legenda, por causa do espaço maior conquistado pelas chamadas correntes de esquerda.

O julgamento do ex-tesoureiro Delúbio Soares, pelo Diretório Nacional da legenda será feito em cima do relatório da Comissão de Ética interna, que recomendou sua expulsão por gestão temerária. O relatório da Comissão de Ética não responsabilizou nenhum outro dirigente petista.

Delúbio deverá fazer sua defesa na reunião e na avaliação de alguns dirigentes, ele poderá apresentar uma carta pedindo o desligamento do partido, assim como fez o ex-secretário-geral Silvio Pereira, o que produzirá um impacto menor que a expulsão.

Após a deliberação sobre o ex-tesoureiro, Berzoini toma posse e os 81 novos integrantes do Diretório Nacional vão escolher os 21 componentes da nova Comissão Executiva Nacional. A pauta da reunião que a nova direção do PT fará neste sábado deverá abordar, além da renovação da estrutura interna do partido, a política de alianças para as eleições 2006, a preparação dos encontros estaduais e a discussão sobre planos de governo.

A transição de poder no Partido dos Trabalhadores ocorre em um momento em que a crise política ainda ameaça o mandato de alguns parlamentares petistas, que enfrentam processo no Conselho de Ética da Câmara.

Além disso, nesta semana o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo rejeitou as contas do partido no Estado de São Paulo referentes ao ano de 2000, o que pode suspender o repasse de recursos do Fundo Partidário, o juiz Dorival Moreira determinou a quebra de sigilo do governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, e o Ministério Público Estadual pediu a condenação da ex-prefeita da Capital Marta Suplicy por suposta improbidade administrativa.

Com relação à decisão do TRE de São Paulo, dirigentes ligados ao Diretório Estadual do PT informaram que a legenda irá recorrer da decisão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O acórdão da decisão do TRE, tomada por unanimidade, deverá ser publicado no final desta semana ou no início da próxima.

O juiz relator deste processo, Eduardo Muylaert, determinou a rejeição das contas de 2000 do PT de São Paulo sob a alegação de "incontáveis omissões" na prestação de contas inicialmente apresentada. Dentre as irregularidades encontradas, foram destacadas, por exemplo a falta de identificação de receitas e doações e a falta de recibos ou de assinaturas nas transferências de diretórios municipais no valor de 47.020,86 reais.

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