Nota repudia ?sexismos? de Paulinho

O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), do Ministério da Justiça, divulgou hoje uma nota oficial de protesto contra a afirmação do candidato à vice-presidente na chapa da Frente Trabalhista, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que classificou a ministra da Controladoria Geral da União, Anadyr de Mendonça Rodrigues de uma ?mulher mal amada?.

A nota, entitulada ?Violência eleitoral contra a mulher?, condenou os termos utilizados por Paulinho e cobrou mais respeito e clareza da coligação sobre o assunto. ?Basta de sexismos, juízos de valor, provincianismo, brincadeirinhas, beijos e estereótipos midiáticos e marketing político para driblar a opinião pública feminina?, diz a nota assinada pela presidente do Conselho, Solange Bentes Jurema.

Mas não foi só Paulinho que deixou insatisfeitas as mulheres hoje o maior contigente eleitoral brasileiro – mas também o próprio Ciro, quando afirmou que o principal papel de sua mulher  a atriz Patricia Pillar, na campanha, era dormir com ele. Hoje, as mulheres representam 52% do eleitorado do País, um porcentual que o Conselho fez questão de ressaltar.

Paulinho fez a afirmação contra Anadyr na semana passada, depois de a ministra confirmar a existência de supostas irregularidades na liberação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), onde estaria envolvida a Força Sindical, entidade da qual o vice de Ciro é presidente licenciado. Ao acusar Anadyr de ter divulgado informações para ajudar o principal concorrente da Frente Trabalhista, o candidato tucano, José Serra, Paulinho disse: ?Ela é aquela mulher que a gente vê na tevê, amarga, mal-amada?, afirmou o candidato, em cima de um caminhão no centro de São Paulo, após ser interrogado na Procuradoria da República sobre outro processo também envolvendo recursos do FAT.

?Demandamos respeito e clareza programática da candidatura Ciro Gomes para com a mulher brasileira?, afirmou na nota Solange Bentes Jurema, também secretária nacional dos Direitos da Mulher  orgão criado na semana passada pelo governo.

Na nota, o CNDM ressalta que é uma instituição suprapartidária, representada por artistas, advogadas, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), organizações não-governamentais (ONGS), redes nacional e regional de mulheres, negras, índias, acadêmicas, trabalhadoras rurais, funcionárias públicas, sindicalistas, empresárias e defensoras dos direitos humanos.

Voltar ao topo