Nelson Jobim diz que STF não intervém na crise

  Agência Brasil
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Nelson Jobim: "Crise política se
resolve no ambiente político".

São Paulo – O ministro Nelson Jobim, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu ontem em São Paulo que não existe a menor possibilidade de o Judiciário intervir para resolver alguns dos impasses provocados pela crise política. Depois de participar da 1.ª Marcha dos Prefeitos Paulistas, a versão paulista da tradicional Marcha de Prefeitos a Brasília, onde falou sobre sua proposta para o pagamento de precatórios, Jobim afirmou que o país tem capacidade para "metabolizar" a crise política.

"Crise política se resolve no ambiente político. O Judiciário não é ambiente político. Logo, não é ambiente para solução do problema. O que nós temos certeza, e o Judiciário tem certeza, é que as instituições brasileiras têm absoluta capacidade de metabolizar qualquer tipo de crise política. A estabilidade política no país é assegurada pelas instituições. Passou o tempo em que a instabilidade política podia ser assegurada por armas ou pela força. Não, hoje as instituições asseguram e vão resolver o problema", afirmou o presidente do STF.

Perguntado sobre a possibilidade de o STF intervir para garantir a cassação de deputados envolvidos nas denúncias de corrupção na Câmara, Nelson Jobim voltou a afirmar que o papel do Judiciário é apenas de assegurar o sistema legal. "Nós só podemos intervir naquilo que diz respeito ao sistema legal. E o sistema legal não tem problema. Creio que a solução tem que se resolver no ambiente próprio, em um lugar só, que é o universo político", afirmou.

Candidato

Mudando de assunto, Jobim desconversou sobre eventual candidatura a presidente da República pelo PMDB. Perguntado se deixaria o comando do Judiciário federal para disputar a eleição prévia que escolherá o candidato peemedebista que disputará a eleição em 2006, Jobim desconversou. "O PMDB vai ter prévias? Não sei de nada disso", ironizou. Diante da pergunta se já havia decidido se participará da prévia, Jobim foi evasivo: "Esse é o tipo de assunto de que não tenho nenhum conhecimento".

Com a insistência dos repórteres, na saída da marcha, onde defendeu sua proposta de emenda constitucional para o pagamento de precatórios, Jobim disse que sua conduta é de presidente do STF. Ele ainda negou qualquer tipo de conversa sobre prévia com o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP). "Absolutamente. Sou presidente do Supremo Tribunal, presidente do Judiciário nacional e me conduzo como tal".

Confirmando os insistentes rumores do cenário político nacional de que estaria costurando a possibilidade de sua candidatura à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Nelson Jobim poderia disputar a prévia do PMDB, para a indicação do partido à Presidência da República. No entanto ele teria de enfrentar outros pretendentes como o secretário de Governo do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, e os governadores Germano Rigotto, do Rio Grande do Sul, e Roberto Requião, do Paraná, também apontados como nomes fortes para encabeçar uma chapa em caso de o partido decidir lançar candidatura própria.

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