Mulher em vídeo não é menor presa no Pará, diz deputado

As imagens do estupro de uma menor dentro da delegacia de Abaetetuba, onde a menina L., de 15 anos, dividiu uma cela com vinte homens durante 24 dias, podem ter sido feitas em outro lugar, porque a mulher que aparece no vídeo – gravado com um telefone celular – não tem qualquer semelhança física com a garota. A afirmação é do deputado federal paraense Zenaldo Coutinho, integrante da Comissão Externa do Congresso Nacional que esteve em Belém para apurar o caso e tomar providências no âmbito federal.

"Vi essas imagens e não reconheci a menor L., depois de comparar com fotografias da menina que obtive", contou Coutinho. Ele também garantiu que o ambiente onde as cenas foram filmadas não guardam semelhança com o banheiro da delegacia, como foi informado à Comissão. Nenhum outro integrante do órgão parlamentar teve acesso às fotos da menina L., para estabelecer a comparação com o vídeo gravado. Todos, com exceção de Coutinho já retornaram a Brasília.

Os traços fisionômicos de L., na avaliação de Coutinho, são diferentes da mulher que aparece no vídeo. A menina de 15 anos tem traços mais fortes, morenos, possui nariz achatado e cabelo escuro. A mulher da filmagem "parece mais velha, tem cabelo mais claro e liso", observa. No vídeo, os homens que aparecem não se preocupam em esconder o rosto e os atos sexuais são explícitos.

A primeira impressão do deputado ontem, após o vídeo – apreendido em Abaetetuba, onde estava sendo vendido a R$ 100 – chegar às mãos dos integrantes da Comissão, foi a de que o objetivo seria "desqualificar moralmente" a garota, dando a entender que ela teria consentido em fazer sexo com vários homens. "Isto fica ainda mais evidente agora, quando percebi que não era ela", comentou o deputado. A perícia, segundo ele, descartará a presença de L. no vídeo, mas a polícia tem por obrigação localizar os participantes da cena, descobrir o real propósito da filmagem e abrir inquérito.

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