Morte de homens por arma de fogo quadruplica em 23 anos

Rio (ABr) – A taxa de mortalidade entre os homens brasileiros por agressões com arma de fogo quadruplicou no período entre 1980 e 2003. A faixa etária mais atingida é a que vai de 15 a 29 anos. Os dados fazem parte de um estudo apresentado ontem, no Rio de Janeiro, pela pesquisadora Airlane Pereira Alencar, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Ela participou do 11.º Congresso Mundial de Saúde Pública.

De acordo com a pesquisadora, as mortes causadas por armas de fogo, que em 2003 somaram cerca de 34 mil em todo o país, representam 72% do total de mortes por agressões. O crescimento desses casos vem sendo percebido em todas as regiões do País e não apenas nos locais tradicionalmente caracterizados como mais violentos. ?Não é só em São Paulo e no Rio de Janeiro, locais que estão constantemente nos jornais com casos de violência. Esses são estados importantes, mas não são os únicos. É um movimento generalizado, cresce de maneira homogênea em todas as regiões?, disse Airlane Pereira Alencar.

Segundo ela, Pernambuco, por exemplo, foi o estado campeão, em 2003, em casos de mortes por armas de fogo entre homens e mulheres com idades entre 15 e 59 anos. ?Por isso, é necessário uma política nacional de combate ao uso de armas de fogo?, alerta a pesquisadora. Na avaliação dela, as políticas de recolhimento de armas podem gerar resultados importantes nesse sentido.

Entre as mulheres, as causas externas, como as agressões por arma de fogo, ainda aparecem em quinto lugar como motivo de morte, atrás de casos como problemas circulatórios e complicações respiratórias. Já entre os homens, as causas externas ocupam o segundo lugar, atrás apenas de problemas no aparelho circulatório. ?Com certeza o crescimento desordenado das cidades e as condições sócio-econômicas estão relacionada com esses dados. A tendência é de que esse número entre as mulheres também aumente?, explicou Airlane Pereira Alencar. 

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