Ministro da Saúde defende CPMF em conversa com Aécio Neves

Como parte da ofensiva do governo para a aprovação no Senado da proposta de emenda constitucional que prorroga a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, se reuniu nesta terça-feira (16) com o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB). Temporão reiterou a Aécio que considera fundamental a prorrogação da contribuição e aproveitou para anunciar o repasse de R$ 303,1 milhões para o financiamento de serviços e procedimentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado.

"Trouxe a minha visão: 40% do meu orçamento veio neste ano de 2007 todo da CPMF. Como é que eu vou garantir assistência para 180 milhões de brasileiros, porque todos os brasileiros usam o sistema público de saúde, mesmo os que não acreditam nisso ou que pensam que não usam, todos usam, sem a CPMF? Compartilhei essa minha angústia, essa minha preocupação com o governador", afirmou o ministro, após um encontro no Palácio das Mangabeiras, do qual participou também o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT).

O governador, que publicamente tem defendido a partilha da arrecadação com Estados e municípios, ou mesmo um acordo que leve à repartição de outros tributos, classificou a conversa como "inicial". "Conversamos um pouco e até mesmo sobre a possibilidade, quem sabe, de termos ainda uma parcela a mais, além do 0,20% que é investido na saúde, para esse fim". Na opinião de Aécio, o governo só terá sucesso na tramitação da emenda constitucional no Senado caso abra negociação com os Estados.

"Eu não pedi nada ao governador. Vim aqui aprender", desconversou Temporão. Em seguida, porém, ele previu um quadro dramático para o sistema de saúde do País caso a CPMF não seja prorrogada. "Sem CPMF não é bem um caos. Fecha. Não tem hipótese de o Ministério da Saúde manter as suas atividades de atendimento à população, na nossa parceria com Estados e municípios. Isso vai ter um impacto desastroso".

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