Ministério da Saúde se reúne com laboratório para recolher remédio antiaids

São Paulo e Brasília – A diretora do Programa Nacional de DST e Aids, Mariângela Simão, reuniu-se nesta quinta-feira (7) com representantes do laboratório Roche, na capital paulista, para discutir a estratégia de recolhimento do remédio Nelfinavir, usado no tratamento da aids. De acordo com ela, dependem desse medicamento cerca de 9 mil pessoas de um total de 180 mil dos pacientes com o vírus HIV, transmissor da doença, cuidados no sistema de saúde, para bloquear o avanço dos danos provocados pela Aids no organismo.

O Ministério da Saúde divulgou, nesta quinta-feira, nota em que pede às unidades distribuidoras de medicamentos anti-retrovirais e aos pacientes que, respectivamente, suspendam a distribuição e o uso do Nelfinavir. Com base em informações divulgadas pelo laboratório, cuja sede fica na Suíça, Mariângela Simão informou que a Roche decidiu suspender a circulação do remédio, um inibidor de protease, após reclamações sobre impurezas na matéria-prima em dois lotes.

?Houve denúncias em países europeus, incluindo a Espanha, de que o medicamento estava com mau odor?, explicou. O remédio é fabricado no Brasil com a utilização da matéria-prima enviada pela matriz. Os produtos entraram no país em 28 de maio e sua distribuição está no começo, segundo o ministério.

?Nós estamos orientando que eles [os pacientes] procurem o serviço médico para fazer a substituição e também que os serviços de saúde façam a busca ativa dessas pessoas?, disse Mariângela Simão. Ela afirmou que existem estoques suficientes de outras opções para dar continuidade ao tratamento até que a situação seja regularizada, e que a expectativa do ministério é de que o laboratório resolva o problema em seis meses.

Simão destacou a importância da procura pelos serviços médicos de tratamento, observando que não se deve apenas suspender o uso e sim substituir esse anti-retroviral. ?As terapias são sempre acompanhadas de quatro tipos de medicamento?. É possível obter mais informações pela página eletrônica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ou pelo telefone 0800 772-0292.

?Por medida de precaução, estão sendo recolhidos todos os lotes, não apenas no Brasil como também em outros países?, disse a diretora do programa nacional. De acordo com ela, a questão não afeta Estados Unidos, Canadá e Japão porque nessas nações são utilizados medicamentos de outra origem.

A diretora do Programa Nacional de DST e Aids falou à imprensa logo após ter representado o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, em homenagem da Associação da Parada do Orgulho GLBT ( Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais). O grupo entregou 15 prêmios a pessoas e instituições com destaque em ações de inclusão da comunidade GLBT e promoção dos direitos humanos. Do total, três foram para ações do Ministério da Saúde. É o sétimo ano da premiação.

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