Metalúrgico sai do coma e diz que viu drogas em boate

O metalúrgico Fabiano Dias Rodrigues, de 24 anos, que apareceu num vídeo sendo espancado na saída de uma boate, em Sorocaba, no interior de São Paulo, foi agredido porque havia flagrado a gangue agressora numa "rodada de drogas" no banheiro do estabelecimento. Rodrigues denunciou o fato aos seguranças e, ao invés de receber proteção, foi colocado para fora junto com os denunciados.

A versão foi contada por ele à mãe, Sebastiana Dias Rodrigues, de 58 anos, assim que ele saiu do coma. Ouvida hoje pelo delegado José Ordele de Lima, do 5º Distrito Policial (DP), Sebastiana afirmou que o filho foi ao sanitário da casa noturna e viu que o grupo consumia "porcarias" – maconha e crack -, fazendo rodízio com os entorpecentes.

Fabiano foi ameaçado e empurrado pelos rapazes, mas, mesmo assim avisou um segurança. De acordo com o relato do metalúrgico, os rapazes foram postos para fora, mas, antes de saírem, tentaram agredi-lo. Em vez de ser protegido, Fabiano também foi expulso do estabelecimento. Já na rua, quando teve início o espancamento o metalúrgico tentou abrigar-se entrando na boate, mas foi empurrado para fora. Segundo a mãe dele, o Fabiano identificou o autor do empurrão como o funcionário que recebe as comandas dos freqüentadores do estabelecimento.

Na rua, Fabiano foi massacrado pela gangue – as imagens mostram o rapaz caído e os agressores pulando com os dois pés sobre a cabeça dele. Por causa do depoimento da mãe, o delegado decidiu ouvir, novamente, os acusados do crime e os seguranças da casa noturna. Caso se confirme a versão do metalúrgico, eles também podem ser indiciados por tentativa de homicídio. Dos oito agressores identificados, dois são menores e estão sob custódia, quatro são maiores e respondem ao processo em liberdade e um, que não se apresentou a tempo, está preso.

Foragido

Há ainda um agressor foragido, com a prisão decretada. A vítima continua internada num hospital da cidade e, conforme Sebastiana alterna momentos de lucidez com confusão mental. Ela afirmou que, quando disse o que ocorrera, Fabiano estava lúcido. Os médicos admitem a possibilidade de seqüelas irreversíveis. O advogado da boate, Joel Araújo, negou a versão da vítima. Segundo Araújo, não é admitida a entrada de clientes com drogas na casa e os banheiros são fiscalizados. Ele disse que nenhum funcionário presenciou a investida.

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