Medidas aéreas enfrentarão teste no final de semana

Apesar de o sistema de tráfego aéreo estar funcionando normalmente neste domingo, 24, e as primeiras medidas adotadas estarem apresentando os resultados esperados, os oficiais da Aeronáutica evitam falar que a crise está debelada e lembram que ainda há muitos caminhos a serem percorridos.

A segunda-feira, por exemplo, dia de maior movimentação concentrada no tráfego aéreo, é considerada um dia de teste para verificar o funcionamento do sistema. "Vencemos apenas primeira etapa", resumiu um oficial, lembrando que muitos ajustes terão de ser feitos durante a semana e que, o próximo fim de semana é de início de férias, quando será preciso atenção e trabalho redobrados.

O Comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, passou o fim de semana de plantão, acompanhando passo a passo o desenrolar da situação no controle do trafego aéreo juntamente com outros brigadeiros e coronéis e se sentia aliviado.

Porém, o comandante ressaltava que era preciso cautela e atenção máxima porque existem muitas barreiras para serem vencidas, embora entendesse que estavam no caminho certo e que, por isso, estava "satisfeito" com os resultados alcançados no fim de semana.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também estava "satisfeito" com o quadro de normalidade até então, 48 horas após ter sido deflagrado o plano de contingência da Aeronáutica. Lula e Saito, a exemplo da sexta-feira, conversaram ao telefone em várias oportunidades durante o fim de semana. O presidente queria ser mantido pessoalmente informado sobre as condições do tráfego aéreo e dos aeroportos do País.

Embora tenha sido avisado de que, durante a semana, algum novo soluço possa acontecer, Lula disse "estar confiante" na condução da crise desta vez. Ele chegou a comentar com auxiliares próximos que a diferença fundamental nos resultados obtidos antes e os de agora é de comando e de comportamento entre o ex-comandante brigadeiro Luiz Carlos Bueno, que "enrolava e não resolvia", e o atual, Juniti Saito, que é mais reservado, é de pouca conversa e muita ação.

Para os oficiais consultados pelo Estado, o sistema está com "força suficiente" para se sustentar. Isso foi ajudado pelo isolamento dos controladores que, no entender da Aeronáutica, contaminavam os demais. Houve ainda a transferência dos que trabalham em Defesa Aérea, a maior parte de Curitiba, o que ajudou o trabalho a começar a voltar à normalidade.

Os mesmos oficiais admitem que poderão ainda enfrentar problemas. Lembram, por exemplo, que o pessoal que está chegando não tem o traquejo e a experiência de controlar o número de vôos que os afastados tinham, mas, em compensação, têm disposição para o trabalho que os outros não tinham. Mas todos os oficiais asseguram que embora os novos controladores não tenham a experiência dos antigos, tudo está sendo feito com a mais absoluta segurança.

Voltar ao topo