Médica é presa acusada de realizar abortos em Mato Grosso do Sul

Acusada de realizar abortos durante os últimos 20 anos, a médica anestesista Neide Mota Machado foi presa, em uma chácara de Terenos, a 25 quilômetros de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Como provas dessa prática, o Ministério Público Estadual reuniu farta documentação e um total superior a 10 mil fichas de mulheres que realizaram abortos criminosos na clínica da médica, situada no centro da cidade, além de depoimentos de testemunhas e pacientes.

Ela estava sendo procurada pela polícia há 80 dias, segundo informações do promotor de Justiça Paulo César Passos. Ele explicou que o Ministério Público Estadual denunciou a médica por apologia e prática de aborto, além de formação de quadrilha e porte ilegal de arma. Nesses casos, a condenação pode ser de até 27 anos de prisão. Outras 34 pessoas também foram denunciadas pelos mesmos crimes.

Foram coletados 70 depoimentos pela polícia, resultando num processo com quase mil páginas e 35 indiciados. Durante as investigações, foram constatadas várias irregularidades na clínica, entre elas a falta de instrumentos adequados para realização dos abortos. Foi constato inclusive a aplicação em pelo menos uma paciente, de medicamentos abortivos indicados para animais de grande porte, como por exemplo vacas. De acordo com o que foi possível recuperar do fichário apreendido, anotações de quantias pagas pelas clientes indicam um total de pouco mais de R$ 9 milhões.

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