Mafioso dos caça-níqueis preso no Rio

Rio (AE) – Foragido há 3 anos e ?procurado? pelas polícias Civil e Militar do Rio -de quem receberia proteção – o empresário Rogério de Andrade, condenado pela morte do primo, Paulinho Andrade, filho do bicheiro Castor de Andrade, foi preso ontem pela Polícia Federal (PF), após três meses de investigação.

O titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, Vítor César Santos, responsável pela prisão, disse que dez agentes da PF montaram uma barreira no km 88 da Rio-Petrópolis e revistaram todos os carros que desciam a serra, a partir da 6h da manhã – a operação causou engarrafamento de seis quilômetros na rodovia.

A PF tinha a informação de que Rogério passava os fins de semana na região serrana do estado. Ele foi preso às 11h30. Santos começou a investigá-lo após o assassinato do agente federal Aloísio Pereira dos Santos, no dia 30 de junho, em Padre Miguel, na zona oeste. De acordo com a PF, o agente foi vítima da máfia dos caça-níqueis que atua na região.

Rogério, de 43 anos, é apontado como dono da Oeste Rio Games, empresa que disputa com a Adult Fifty Games, do rival Fernando de Miranda Iggnácio, genro de Castor, o controle das máquinas caça-níqueis na zona oeste do Rio. A disputa teria resultado na morte de pelo menos 12 pessoas nos últimos três anos.

O agente da PF, que trabalhava na delegacia do aeroporto internacional do Rio, voltava para casa em seu carro, um Corsa Sedan, quando foi parado por quatro homens. Houve troca de tiros ?O agente Aloísio foi vítima da guerra entre Iggnácio e Rogério. Estava no local errado, na hora errada?, declarou o delegado. Uma testemunha do crime foi assassinada.

Rogério voltava de Petrópolis de carona com um casal que levava uma pistola no carro, um Meriva alugado. Ele levava documentos e cerca de R$ 20 mil. Negou participação no assassinado do agente, segundo o delegado. ?Ele (Rogério) estava sem seguranças e não esboçou reação. Foi o velho ?perdi?.? Usava lente azul e cavanhaque.

Apesar da condenação a 19 anos e 10 meses de prisão por ter encomendado a morte do primo Paulo Roberto de Andrade, o Paulinho Andrade, em 1998, Rogério manteve a rotina, freqüentando churrascarias e boates da Barra da Tijuca, com o pagamento semanal de ?caixinhas? a policiais civis e militares, bombeiros e militares da reserva que formariam sua escolta, segundo investigações.

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