Mãe espera há seis anos esclarecimento sobre morte de filho carbonizado

Quase seis anos depois, a morte de um jovem de 18 anos encontrado com o corpo carbonizado um dia após ser preso no Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vila Velha segue sem esclarecimentos por parte das autoridades competentes.

Tiago Luiz Oliveira, 18 anos, foi preso por porte ilegal de arma no dia 5 de dezembro de 2003. Sua irmã foi à delegacia às 22 horas e foi informada por policiais de que ele tinha sido liberado.

No dia seguinte, o corpo de Tiago foi encontrado na Barra do Jucu, num local que, segundo a Associação de Mães e Familiares de Vítimas de Violência do Espírito Santo (Amafavv/ES), é usado como desova de grupos de extermínio e esquadrões da morte.

Em fevereiro de 2004, o secretário de Segurança, Rodney Miranda, afastou dois delegados e 31 policiais civis que estavam no DPJ na noite em que Tiago desapareceu. O inquérito, entretanto, não foi concluído, o que motivou um pedido de federalização protocolado pela Amafavv/ES no Ministério Público Federal no Espírito Santo.

O pedido enfatiza que a Polícia Civil não tem “isenção suficiente para ficar à frente das investigações”. A mãe de Tiago, Raimunda Oliveira, disse só manter as esperanças de ver a morte do filho esclarecida pela “Justiça Divina”. A família suspeita que a morte tenha sido planejada e executada por policiais civis que tinham “implicância com Tiago”.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil do Espírito Santo disse não ter informações sobre o inquérito. O delegado da DPJ foi consultado pela assessoria, mas também alegou desconhecer o caso, ocorrido quando ele não trabalhava na unidade.