Lula se reúne com governadores em busca de apoio

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, deverá iniciar nesta semana uma rodada de conversas individuais com alguns dos governadores que tomarão posse em 1.º de janeiro. Os encontros servirão para Lula cortejar os novos dirigentes estaduais e sentir a sua pré-disposição em colaborar com o governo petista.

Dos 27 governadores eleitos, 11 apoiaram o candidato do PT no segundo turno das eleições presidenciais e são potenciais aliados. Eles pertencem ao PT, PSB e PPS, além do PMDB, como é o caso do paranaense Roberto Requião e do catarinense Luiz Henrique da Silveira. O gaúcho Germano Rigotto, embora tenha apoiado o tucano José Serra, também é visto pela cúpula petista como um ?bom canal de diálogo? dentro do PMDB.

Na semana passada, enquanto descansava em Santa Catarina, Rigotto se reuniu com Luiz Henrique – espécie de interlocutor petista no PMDB – para tratar do futuro do partido e recebeu um telefonema de Lula. O presidente eleito parabenizou-o pela vitória no Rio Grande do Sul – obtida contra o petista Tarso Genro – e manifestou interesse em conversar pessoalmente nos próximos dias.

?Deveremos nos encontrar nesta semana em Brasília?, afirmou o gaúcho, que participa amanhã da reunião da executiva nacional do PMDB em Brasília e depois permanece mais um dia na cidade. Lula estará na capital na quarta-feira, quando se reunirá com a equipe de transição.

Amanhã (5), o presidente eleito estará no Rio de Janeiro, onde fará contatos com o economista Celso Furtado e a governadora Benedita da Silva (PT). A assessoria da governadora eleita, Rosinha Garotinho, do PSB, não confirmou se ela se encontraria com Lula, mas o presidente tem conversado muito com outro socialista, o governador alagoano, Ronaldo Lessa, para articular sua base de sustentação política.

Outro governador que deve agendar para os próximos dias um encontro com Lula é o mato-grossense, Blairo Maggi, do PPS. Na sexta-feira, ele recebeu uma ligação do presidente eleito propondo uma conversa sobre as questões regionais. Na pauta, Maggi deve incluir a discussão sobre a dívida do Estado com a União, a exemplo do já feito pelo governador eleito de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). ?O gasto com a dívida gira em torno de 22% da receita líquida, o que é muito alto. Isso não pode continuar assim?, declarou Maggi.

Em contrapartida, o governador está engajado em buscar o apoio da bancada federal do Mato Grosso aos projetos de interesse do presidente eleito. ?Acredito que a maioria dos 8 deputados poderá apoiar o governo Lula no Congresso. Mas vou conversar, nesta semana, com os parlamentares eleitos – espalhados em alguns partidos, como o PSDB, PFL, PMDB e PL – para saber da disposição desses políticos em ajudar na aprovação de projetos.?

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