Lula se emociona na missa de Wojtyla

Roma – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem ter sentido muita emoção durante a missa de corpo presente do papa João Paulo II, no Vaticano. Ao falar, após a cerimônia, na Embaixada do Brasil em Roma, contou que comungou na missa sem confessar por se considerar ?um homem sem pecados?. Os três ex-presidentes que o acompanhavam, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Itamar Franco, também comungaram.

O presidente Lula se disse impressionado com a quantidade de chefes de Estado e de Igreja que o enterro de João Paulo II reuniu no Vaticano. Ele destacou ainda a presença na comitiva brasileira dos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Severino Cavalcanti. Segundo Lula, embora Renan e Severino sejam de diferentes partidos, estão mais próximos. Lula contou que quis registrar o momento em que ele e os três ex-presidentes do Brasil participavam da missa mas, para isso, teve que recorrer ao presidente da França, Jacques Chirac, pedindo emprestado o fotógrafo oficial francês. Hoje, o presidente viaja para Perúgia e Úmbria para visitar a Basílica de Assis. Deve voltar no mesmo dia. Amanhã, às 12h30 (horário de Roma), Lula embarca para a África.

Convivência

Lula disse também que a humanidade assistiu ontem à ?consagração de toda a pregação histórica do papa João Paulo II?. Ao ser indagado sobre o que significou este funeral para o mundo, Lula disse não conhecer outro momento da história em que a representatividade política e religiosa foi tão plural e tão presente.

?Primeiro, todas as religiões, mesmo aquelas que vivem em conflito com a religião católica, estavam presentes nesta homenagem ao papa. Segundo, o peso da representação política dos países que estavam aí demonstram que o papa fez mais do que história, ele nos ensinou a arte da convivência na adversidade?, disse.

Emoção

O presidente Lula descreveu a forte emoção que sentiu ao participar do funeral do papa João Paulo II. ?Não conheço outro momento da história em que a representatividade política e religiosa esteve tão presente?, disse. Segundo Lula, João Paulo deixou para a humanidade ?a marca da tolerância, perseverança e resistência?. Lula enfatizou ainda o momento histórico brasileiro, que permitiu que se juntassem na viagem a Roma ?quatro presidentes?: Fernando Henrique Cardoso, Itamar Franco (atual embaixador do Brasil na Itália), José Sarney e ele. ?O fato mais inusitado, que vocês não puderam ver, foi ver o Itamar, o FHC, o Sarney e eu, no final da cerimônia?, afirmou Lula. Nem o fotógrafo oficial da Presidência da República registrou o momento. A pose dos quatro foi registrada pelo fotógrafo do presidente francês, Jacques Chirac. ?Penso que é uma coisa que pode se repetir?, disse Lula, referindo-se ao encontro. Sobre os temas conversados na véspera (sexta-feira), durante o vôo do Brasil a Roma, Lula disse que não convidaria os ex-presidentes para falar sobre divergências políticas. Contou que assistiram a dois filmes, a comédia americana Alguém tem que ceder e Pelé Eterno, que mostra a trajetória do ex-jogador brasileiro. Segundo o presidente, a conversa foi amena. Lula recebeu na embaixada o presidente da Assembléia Nacional de Cuba, Ricardo Alarcón, e os presidentes da Áustria, Heinz Fisher, e de Moçambique, Emílio Guebuza. À noite, o presidente Lula e a primeira-dama Marisa Letícia jantaram com sua comitiva, na embaixada brasileira no Vaticano. FHC voltou ao Brasil durante a tarde.

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