Lula é candidato sim, diz Paulo Bernardo

Embora o presidente Lula afirme que ainda não se decidiu se vai disputar as eleições no próximo ano, o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, afirmou ontem, em Curitiba, que a prioridade do PT é a reeleição presidencial, de modo que as alianças regionais para a disputa de governador devem ficar subordinadas ao projeto nacional do partido. Paulo Bernardo deu coletiva, ontem, em Curitiba, após almoço com 70 empresários curitibanos na Associação Comercial do Paraná.

O ministro disse que até agora Lula não falou se já está decidido pela sua candidatura à reeleição, mas acredita que caso o presidente queira, será um forte competidor. "Por isso, há uma tentativa de desestabilizar o governo." Para Bernardo, uma aliança nacional entre o PMDB e o PT está cada vez mais difícil, já que o PMDB vem declarando que vai lançar candidato. Se houver uma aliança entre os partidos, o ministro disse que ainda não está decidido se o PT irá ou não lançar candidatura para o governo do Paraná. "Se formos lançar candidato, deverá ser o senador Flávio Arns, que está se recuperando de uma doença na perna." Paulo Bernardo disse que Arns aceitou discutir a sua candidatura no início do próximo ano.

Quando perguntado sobre a escolha de nome para o Senado, o ministro preferiu não fazer comentários, a fim de evitar ser parcial, uma vez que sua esposa Gleisi Hoffmann, diretora financeira da Usina de Itaipu, é pré-candidata, concorrendo com a deputada estadual Clair Martins. "Mas tenho certeza que ela vai ser loira", disse em tom de brincadeira, numa alusão à cor do cabelo das duas pré-candidatas.

Paulo Bernardo minimizou o episódio que envolveu críticas da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Os ministros estão cumprindo o seu papel. E essas funções muitas vezes colocam-nos em posições opostas", afirmou. Porém, Bernardo acredita que o episódio poderia ter sido evitado. "Os debates são salutares e quando há desavença quem decide é o presidente Lula. A pior alternativa é dar uma entrevista", disse.

Paulo Bernardo acredita que Palocci está enfrentando o começo de uma disputa eleitoral. "Mas ele não está sendo enfraquecido. O Ministério Público de Ribeirão Preto disse que não há irregularidades." Paulo Bernardo acredita que nas eleição de 2006 haverá muitas trocas de acusações entre os partidos. Em relação à divergências dentro do próprio partido sobre a política econômico-financeira do governo, Paulo Bernardo considerou que apenas uma minoria é contra. Para ele, isso acontece por falta de esclarecimento e diálogo. 

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