Lula e Bush se reúnem dia 10 em Washington

São Paulo

– O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, vai se reunir com o presidente americano, George W. Bush, no dia 10 de dezembro, na Casa Branca. Segundo o porta-voz do futuro presidente, André Singer, Lula deve viajar antes para a Argentina e o Chile, para encontrar-se com os presidentes Eduardo Duhalde e Ricardo Lagos. É possível que Lula viaje também para a Europa mas as datas ainda não foram confirmadas.

Na entrevista coletiva de ontem em São Paulo, André Singer informou que na visita, com duração prevista para poucos dias, o presidente eleito pretende defender os interesses do Brasil com o mesmo vigor que o presidente Bush defende os interesses dos EUA. Na América do Sul, o roteiro deve incluir uma parada na Argentina e outra no Chile com o objetivo de estreitar relações com os dois paises. Há ainda uma pré-disposição de visitar alguns dos vários países que convidaram Lula, mas ainda não há confirmação sobre esses destinos.

Sobre novos nomes para os ministérios, o porta-voz disse que Lula não fará anúncios “a conta gotas”, mas sim de uma única vez. Mais tarde Lula disse que está preocupado em terminar a fase de transição de governo e em ouvir os governadores antes de se dedicar à questão ministerial. A idéia é conversar com todos, os eleitos e reeleitos nos próximos dias. “Vamos abolir a idéia de um burocrata de Brasília determinar o modelo de desenvolvimento sem levar em conta a existência das regiões e dos estados”, disse o novo presidente. Lula afirmou estar convencido de que as soluções para a volta do crescimento da economia, da geração do emprego e da distribuição da riqueza passam pelos estados.

Segundo o presidente nacional do PT, a idéia de Lula é fazer um governo de coalizão para conquistar uma maioria parlamentar na Câmara e no Senado. A idéia é ganhar a adesão não apenas dos partidos aliados que apoiaram a candidatura de Lula no primeiro e segundo turnos das eleições presidenciais. Segundo Dirceu, o futuro governo não ficará limitado ao apoio de partidos de esquerda, mas tentará ter em sua base outras legendas, como o PPB, o PTB e até o PMDB.

“O governo Lula será mais amplo que o PT e mais amplo que a esquerda; nosso objetivo é formar uma maioria na Câmara e no Senado”, resumiu Dirceu, que estreou ontem seu escritório de transição nas dependências do Centro de Treinamento do Banco do Brasil. Ele voltou a dizer que somente o presidente eleito falará sobre cargos e convites para o futuro governo. “Mas acredito que vale a regra de compor o governo quem apoiou o Lula no primeiro e segundo turnos”, disse.

Nas últimas semanas, a cúpula do PT procura apoio ao futuro governo. Espera conquistar, além dos partidos que apoiaram a candidatura de Lula outra legendas como o PPB.

Ministério deve sair em 30 dias

Brasília

– Lula deve anunciar seu Ministério completo na primeira quinzena de dezembro com integrantes no primeiro escalão da equipe de líderes do PL, do PSB, PC B, PPS, PDT e do PMDB, num acordo que envolverá o apoio de suas bancadas no Congresso. Mas Lula manterá nas mãos de petistas de confiança postos estratégicos como a Fazenda, os ministérios da casa e pastas da área social. O presidente eleito tem dado aos aliados poucas pistas sobre as nomeações, mas também deixou claro que não abre mão da presença, no Planalto ou na Esplanada, de companheiros como Antônio Palocci, José Dirceu e José Genoíno.

“Esses que sempre me acompanharam vão estar junto comigo no governo”, diz Lula. Com isso, a cúpula petista deve indicar o deputado João Paulo como candidato à presidência da Cãmara. Com seu perfil técnico, Antônio Palocci é hoje um ministro da Fazenda em fase de testes. Coordenador da transição, o prefeito de Riberão Preto vem surpreendendo positivamente e ganhando credibilidade como principal interlocutor do novo governo para questões econômicas. Negocia com a atual equipe, fala com desenvoltura sobre combate à inflação, política econõmica e FMI.

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