Lula diz que está na hora de cumprir as promessas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que é preciso, agora, dedicar-se a cumprir os compromissos do passado, e não assumir novas promessas. “Esse é o fato ruim de perder muitas eleições. É porque você assume muitos compromissos”, afirmou o presidente.

Brasília – Lula pediu comprometimento de sua equipe de governo. Ele se queixou de que muitas pessoas conseguem cargos específicos e não se dedicam o suficiente. “Eu estou acostumado, na minha vida, a ver as pessoas brigando tanto para ser alguma coisa e, depois que o são, exercem 10% da energia com que brigaram para ser membro de um cargo. Isso acontece muito em partidos, sindicatos e movimentos sociais. As pessoas brigam, fazem guerra e, quando são eleitas, nunca mais aparecem”, disse.

As declarações de Lula foram feitas durante a cerimônia de reinstalação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília. O presidente afirmou que o governo tem o compromisso de prosseguir no desenvolvimento do programa espacial brasileiro e que o país deverá testar em Alcântara, ainda nesta administração, outro protótipo do VLS (veículo lançador de satélites). “Faremos isso pelo futuro do nosso país e também para homenagear a memória dos 21 pesquisadores e técnicos que deram sua vida pelo desenvolvimento da tecnologia espacial brasileira”, afirmou.

Lula chamou de pessimistas os que questionam a importância desse projeto. Segundo ele, se essa lógica prevalecer, o País não chegará a lugar algum, já que nunca houve uma grande invenção da humanidade que não trouxesse riscos, prejuízos e sacrifício de pessoas. “Graças à continuidade dos programas, os homens conseguiram produzir coisas maravilhosas no século passado”, disse.

Durante o evento, Lula se comprometeu a ampliar o investimento no setor, até o valor chegar a 2% do Produto Interno Bruto (PIB). “Não conheço nenhum país do mundo que tenha rompido as amarras do atraso sem investimento em ciência e tecnologia”, ressaltou.

Composto por 12 ministros e 12 representantes de empresários e do setor acadêmico, o conselho é presidido pelo presidente Lula. Desativado desde dezembro de 2001, o conselho teve ontem sua primeira reunião. Lula se comprometeu, apesar de não ser cientista, a dar sua contribuição para que o conselho “recupere o tempo perdido”.

“Eu acho que nem eu nem os outros que vieram antes de mim têm o direito de criar um conselho, trazer tanta gente importante para participar e depois fazer com que o conselho finja que não existe. Se o presidente da republica é o presidente do conselho e não convoca as reuniões, não participa pelo menos de uma parte das reuniões ele, ao invés de ser um indutor, passa a ser um desmobilizardor”, disse.

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