Lula adota autoelogio em balanço social do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou ontem um balanço das ações do governo na área social, durante a saudação que fez aos 3 mil participantes da 9.ª Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), em Porto Alegre. No discurso, afinado com a expectativa do público, formado por representantes de 348 denominações cristãs de todo o mundo, foi aplaudido diversas vezes. Lula também antecipou uma das linhas da campanha política deste ano, a de destacar os programas voltados às camadas de menor renda da população. ?Nossas ações já contribuíram nesses três anos para mudar, e muito, a vida de milhões de brasileiros?, destacou, para passar a relatar os resultados das políticas. Ele afirmou aos religiosos, a maioria estrangeira, que 8,7 milhões de famílias recebem o Bolsa Família e mantêm, em contrapartida, os filhos na escola e sob cuidados regulares de saúde. ?Com a renda essas pessoas, cerca de 40 milhões, antes praticamente esquecidas pelo Poder Público, estão podendo fazer três refeições por dia e olhar com outros olhos o seu próprio futuro? afirmou.

Além do Bolsa Família, Lula elogiou os projetos de crédito para trabalhadores, com desconto em folha de pagamento, que fizeram circular R$ 31 bilhões na economia nacional em 17 meses. Para o presidente, as iniciativas foram decisivas para retirar 3 milhões de brasileiros da miséria absoluta, conforme detectou a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2003 e 2004. O programa Luz para Todos também foi destacado por Lula, que informou à platéia que 2,2 milhões de cidadãos, especialmente de áreas rurais, receberam energia elétrica no mandato dele e que outros 9,8 milhões serão beneficiados até 2008. O presidente lembrou ainda que foram construídas 113 mil cisternas no Nordeste.

Parte da fala, que teve cerca de 20 minutos, foi usada por Lula para orar sobre as ações na área da educação. Ele disse que o Programa Universidade Para Todos (ProUni) concedeu 203 mil bolsas de estudos em universidades privadas a alunos de baixa renda. ?Ter estudo de qualidade no Brasil não é mais um privilégio de poucos e esta é a verdadeira revolução da democratização do ensino e de um futuro de oportunidades?, afirmou. Na seqüência, Lula descreveu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que, a partir de 2008, destinará R$ 4,3 bilhões à educação anterior ao ensino médio. ?Os filhos dos pobres terão oportunidade de chegar ao ensino fundamental, à primeira série, tão preparados quanto outros setores da sociedade, que podem pagar uma escola particular para os seus filhos?, afirmou. O presidente citou ainda a retomada do ensino técnico pela administração federal, que promete inaugurar, até julho, 25 das 32 escolas projetadas.

Além de apresentar as propostas, Lula deu a entender que muitas das ações do Poder Executivo têm origem na mobilização da sociedade e elogiou a disposição de diversas igrejas de participar de idéias que levem benefícios à população ou de conferências que discutam políticas públicas para áreas como saúde, reforma agrária e educação. ?Parte das coisas que estamos fazendo são resultado dessa participação popular e desse exercício da democracia que, muitas vezes, é fácil falar e muito difícil colocar em prática?, disse. (leia mais sobre a visita de Lula ao RS na página 27)

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