Brasília – O líder do governo na Câmara, deputado José Múcio (PTB-PE), disse nesta quinta-feira (22) que a saída da bancada de seu partido no Senado do bloco de apoio ao governo não prejudicará a votação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Segundo o líder, o partido também não fechará questão contra o imposto. Ele explicou que a decisão não significa que a legenda deixa a base do governo, mas o bloco que encaminha as votações.
"O PTB não fechará questão, deixará que a consciência de cada um se manifeste", disse Múcio, após reunião do Conselho Político da Coalizão, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.
"O partido continua apoiando o governo, deixa apenas de integrar um bloco. O líder vai ter voz, vai fazer encaminhamentos de votação", disse.
O PTB tomou a decisão uma semana depois de a líder do bloco, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), ter substituído o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) na Comissão de Constituição e Justiça, por ser contra a prorrogação da CPMF.
Múcio minimizou a substituição de Mozarildo, argumentando que esse tipo de troca é comum. "Isso é uma prerrogativa do líder. Na Câmara dos Deputados, muitos são substituídos, alguns confessam [estar] incomodados em votar determinados temas de interesse locais, alguns pedem para ser substituídos".
Segundo o líder, o presidente Lula pediu empenho de todos para a aprovação da continuidade da CPMF, com o argumento de que o governo não pode prescindir do imposto, que arrecada cerca de R$ 40 bilhões por ano.