Ladrão que matou PM é preso e chega morto ao hospital

Um policial militar foi morto ontem no centro do Rio de Janeiro, com um tiro na cabeça disparado por um assaltante. O bandido foi preso e algemado e ficou estendido no chão da via por dez minutos. Não apresentava marca de tiro ou outro ferimento. Com a perna esquerda suja de sangue do PM baleado, foi levado por dois policiais para o Hospital Souza Aguiar, também no centro. Segundo a PM, ele morreu no caminho.

O assaltante foi morto com um tiro na barriga de uma pistola calibre 380. De acordo com a PM, o tiro foi disparado pelo policial que morreu. Segundo o hospital, o assaltante chegou à unidade morto e não portava documentos de identificação. A ação foi flagrada pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com policiais militares, o soldado Bruno de Castro Ferreira, e um colega, identificado como Danilo, foram abordados por volta das 14h30 por pedestres que avisaram sobre a atuação de dois assaltantes no Largo da Carioca. A dupla de PMs atuava no policiamento bancário. Os criminosos já haviam roubado três pessoas e agiam na Rio Branco, na altura da Rua da Assembleia, quando foram abordados por Castro e o colega. Osvaldo da Silva Oliveira Júnior, de 22 anos, foi preso sem oferecer resistência pelo cabo Danilo. Morador da favela Nova Holanda, Osvaldo tinha cinco passagens pela polícia, por furto.

Castro continuou perseguindo o outro bandido. No caminho entre o local dos assaltos e a esquina na Rio Branco com Rua Sete de Setembro, dezenas de guardas municipais tentaram conter o assaltante. “Eu mandei parar, cheguei a persegui-lo, mas quando ele apontou a arma, parei”, contou um guarda, que não se identificou. A perseguição provocou correria nas ruas do centro.

Ao alcançar o assaltante, Castro deu voz de prisão. O bandido, ao continuar a fuga, se atracou com um pedestre. Ambos caíram no chão, e o PM, de pé, insistiu na voz de prisão. No chão, tentando se esconder embaixo de um táxi, o bandido atirou contra o rosto de Castro. O criminoso levava uma pistola calibre 45. O outro policial conseguiu desarmar o bandido e o algemou. Testemunhas confirmaram à reportagem que o soldado morreu com um tiro à queima-roupa ao abordar o assaltante. De acordo com a PM, o soldado Bruno de Castro Ferreira completaria 31 anos hoje.

Investigação

Após a divulgação da morte do assaltante que assassinou o policial militar Bruno de Castro Ferreira com um tiro no rosto na Avenida Rio Branco, a investigação foi transferida da 5.ª Delegacia de Polícia, responsável pela área, para a Delegacia de Homicídios, encarregada de investigações mais complexas.

“O caso saiu da minha competência, e o que estou fazendo no momento é resguardar a integridade do outro preso. Nenhum PM, nem jornalista, vai conversar com ele”, disse o delegado titular da 5.ª DP, Antônio Pereira Bonfim. Até o início da noite, não tinham prestado depoimento os policiais militares identificados como Danilo, que trabalhava com Bruno, e Flávio, que levou o assaltante para o Hospital Souza Aguiar.