Laboratório é acusado pela intoxicação de empregados

A multinacional farmacêutica Eli Lilly e a ABL Antibióticos podem ser condenadas a pagar indenização de R$ 300 milhões a um grupo de 80 ex-funcionários. A Procuradoria Regional do Trabalho de Campinas (SP) ajuizou uma ação civil pública na 2ª Vara do Trabalho de Paulínia, pedindo a indenização por dano moral coletivo em decorrência da contaminação dos trabalhadores por substâncias tóxicas e metais pesados.

Nas 91 páginas da ação acatada pelo promotor de Paulínia Guilherme Duarte Conceição, os funcionários acusam a empresa de ser a causadora da contaminação de seus organismos por substâncias tóxicas e metais, alguns deles cancerígenos, lançados no incinerador da indústria usado para queimar lixo tóxico, entre 1998 e 2002. ?Existem indícios de que a contaminação também possa ter ocorrido por causa de um incinerador que funciona na empresa, no qual são queimados produtos químicos?, diz o promotor

Dos 80 funcionários que foram examinados pelo toxicologista da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Igor Vassilieff, apenas 3 não apresentaram no organismo a presença de pelo menos um dos metais utilizados na fabricação dos remédios da empresa e considerados cancerígenos – alumínio, arsênio, cádmio, césio, chumbo, mercúrio, níquel, tálio e urânio.

A ação determina que seja criada, com R$ 150 milhões da indenização, uma fundação para dar suporte assistencial aos ex-trabalhadores. Outros R$ 100 milhões serão aplicados na doação de bens e equipamentos para hospitais públicos, filantrópicos e assistenciais que prestem serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os R$ 50 milhões restantes deverão ser revertidos para o Fundo de Apoio do Trabalhador (FAT).

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