O ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu vai fazer nova tentativa para voltar à política, retomar o seu mandato e deixar o jejum de oito anos fora dos cargos eletivos a que foi condenado pela cassação de seu mandato na Camara Federal. O blog do jornalista Josias de Souza, da Folha de S. Paulo traz como decidido o novo passo do ex-poderoso José Dirceu. Ele vai ingressar até o próximo dia 15 Supremo Tribunal Federal com um recurso para retomar o seu mandato.
Para que não paire dúvida sobre a decisão do ex-ministro, Souza garante que, advogado José Luiz Oliveira Lima já está com o texto da ação pronto para ser apresentado. O advogado está em férias nos Estados Unidos e em seu retorno nos próximos dias vai dar os últimos retoques na peça, antes de apresentá-la ao Supremo.
O ex-deputado José Dirceu, que está em Cuba, teria dado o sinal verde para o advogado. A decisão pode até ser interpretada como um gesto movido pelos índices de popularidade alta do governo e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas pesquisas recentes. No entanto, o recurso vem sendo estudado desde o início de dezembro. O ex-ministro autorizou Oliveira Lima a consultar juristas de renome sobre as chances de êxito que teria um novo recurso, para reaver o seu mandado. O ex-ministro estava em dúvida quanto à conveniência da iniciativa.
Na entrevista que dera no dia seguinte à cassação, o ex-deputado afirmou que não recorreria mais ao Judiciário. Mas não demorou muito para ele mudar de idéia. Ele agora está convencido de que tem chances de anular a sua cassação. No texto do recurso, o advogado Oliveira Lima faz um histórico do julgamento de seu cliente na Câmara.
Em determinado trecho, ele lembra que, ao autorizar a Câmara a dar seqüência ao julgamento de Dirceu, o STF ordenou que fosse retirado do processo contra o então deputado um dos depoimentos que haviam sido colhidos pelo Conselho de Ética: o da presidente do Banco Rural Kátia Rabelo. Lembra ainda que o relator do processo contra Dirceu, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), teve de refazer o seu relatório. E afirma que o novo texto deveria ter sido publicado no Diário do Congresso. Na opinião de Oliveira Lima, a direção da Câmara deveria ter concedido duas sessões para que a defesa preparasse a sustentação oral que faria no plenário. É por este fio que Dirceu quer tentar voltar.