José Carlos Gratz preso no interior de São Paulo

Ribeirão Preto

– Menos de 24 horas após o Órgão Especial do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região decretar a prisão preventiva do ex-deputado José Carlos Gratz, o ex-presidente da Assembléia Legislativa do Espírito Santo foi detido por policiais federais e rodoviários. A prisão ocorreu no final da manhã de ontem, no restaurante do Posto Diné, no km 250 da Rodovia Anhangüera, nas imediações de Santa Rita do Passa Quatro. Gratz é acusado de ter comprado votos de parlamentares para se reeleger presidente da Assembléia Legislativa, em 2000.

No momento em que foi detido, Gratz estava acompanhado de Luiz Carlos Moreira, um dos deputados afastados e acusados de terem recebido R$ 30 mil de Gratz para reelegê-lo. Ambos estavam num Siena, locado em Uberaba (MG), e seguiam para São Paulo. Gratz alegou que iria se entregar. Ele foi transferido para Vitória no final da tarde, num avião da PF.

Cerca de duas horas depois de chegar à sede da Polícia Federal, em Ribeirão Preto, Gratz concedeu uma entrevista coletiva para apresentar a sua versão. Ele afirmou que estava indo para Vitória, onde se entregaria ao Tribunal, hoje, acompanhado do delegado André (citou só o prenome), o mesmo que teria ido à sua casa na noite anterior. “Tomei conhecimento do decreto da minha prisão preventiva anteontem à noite, em Brasília e, para evitar o constrangimento diante da imprensa, o que não consegui, saí de carro com um colega”, justificou-se Gratz.

Na entrevista, Gratz citou ainda que passou a véspera em Brasília, com seu advogado Nabor Bulhões e, à noite, falou com sua mulher, por telefone. “Tinha um batalhão de repórteres na porta de casa e tentei evitar esse constrangimento diante da minha família, pois preferia não ter um estardalhaço”, comentou ele, acrescentando sua indignação com o tratamento que tem recebido. “Sou vítima de uma publicidade opressiva, talvez uma das mais vergonhosas do País”, enfatizou ele.

Gratz confirmou que cancelou o vôo de retorno à Vitória, mas que não pretendia fugir do Brasil. “Eu estava em Orlando, recentemente, em férias com minha família, e antecipei o meu retorno, dois dias antes, quando surgiu essa conversa”, disse o ex-deputado. Ele retornou dos Estados Unidos no início de fevereiro. Segundo sua versão, Gratz e Moreira dirigiram pelas estradas principais rumo a São Paulo, onde contataria o delegado de Vitória. “Era mais cômodo vir de carro”, afirmou ele, ainda se defendendo de acusações. Gratz disse que não tem envolvimento com o crime organizado, do qual é suspeito de ser um dos chefes no Espírito Santo, com dez processos na Justiça Federal.

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