Irmão de Lula já foi acusado de fazer lobby

Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já se tornou figura fácil no noticiário. Funcionário público aposentado, ex-metalúrgico e operário, ele foi acusado, em 2005, de ter montado um escritório para intermediar pedidos de empresários com prefeituras petistas estatais e órgãos do governo federal. Mesmo alheio às atividades do irmão, o presidente teve muito trabalho para contornar a crise. ?Meu pai é aposentado da prefeitura, não tem nenhum negócio?, disse ontem, Edson Inácio Marin da Silva, filho de Vavá.

O escritório funcionaria no 3º andar de um prédio comercial de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, histórico reduto petista. Com a ajuda de três funcionários, três linhas telefônicas e quatro computadores, Vavá teria encaminhado pedidos de empresários interessados em trabalhar com o governo – entre os órgãos procurados pelo irmão do presidente estariam a Caixa Econômica Federal e a Secretaria-Geral da Presidência da República. Na época, Vavá confirmou o recebimento dos pedidos, mas negou ter aceitado dinheiro.

Assim que a denúncia foi publica pela revista Veja, líderes da oposição na Câmara e no Senado exigiram a abertura de três comissões parlamentares de inquérito (CPIs) para apurar o suposto tráfico de influência. Irritado com a notícia, Lula telefonou pessoalmente para o irmão a fim de repreendê-lo. O nome de Vavá também circulou na extinta CPI dos Bingos. Parlamentares de oposição tentaram, por diversas vezes, ouvi-lo sobre sua suposta atuação no tráfico de influência.

Ontem a Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal, que investiga tráfico de influência e uma máfia ligada a caça-níqueis, bateu à porta da residência de Vavá, em São Bernardo. Durante cerca de três horas, os policiais vasculharam a casa do irmão do presidente Lula. "Eles não acharam nada, graças a Deus, e foram embora", disse Maria da Silva, mulher de Vavá.

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