Impasse faz Uruguai recorrer ao Brasil

Genebra (AE) – A diplomacia uruguaia pedirá ao Brasil que tente evitar um conflito entre o governo de Montevidéu e a Argentina por causa da construção de duas fábricas de celulose no Uruguai. ?O Brasil precisa mostrar liderança na região, e essa será uma boa oportunidade de fazê-lo?, afirmou um alto funcionário de Montevidéu. Buenos Aires afirmou que, no dia 4, vai levar o caso à Corte Internacional de Haia, na Holanda. Para a chancelaria uruguaia, está na hora de o Brasil passar a lidar com o tema.

A esperança dos uruguaios é de que o Itamaraty convença os argentinos de que também contam com fábricas similares às dos uruguaios e, portanto, não teriam por que bloquear a construção das fábricas com tecnologias finlandesa e espanhola. ?Somos reconhecidos em várias instâncias internacionais como um país que respeita o meio ambiente e o investimento que seria feito no Uruguai seria fundamental para a economia do país?, justificou o alto funcionário. Segundo cálculos do governo uruguaio, o investimento de US$ 1 bilhão na cidade de Fray Bentos representa tudo o que o país recebe em quatro anos em investimentos estrangeiros. Além disso, equivale a 2% de todo o PIB uruguaio. ?Essa disputa não é ambiental, mas econômica e sobre a localização do investimento.?

Para a Argentina, a instalação da fábrica às margens do Rio Uruguai, na fronteira dos dois países, poderá causar sérios danos ambientais. Na avaliação de Buenos Aires, os uruguaios desrespeitaram o Estatuto do Rio Uruguai ao autorizar a instalação da fábrica sem consultar o governo argentino, como prevê o acordo entre os dois países. O principal argumento dos argentinos é quanto à poluição que vai afetar Gualeguaychú, a cidade argentina que fica em frente à uruguaia Fray Bentos.

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