Greve dos Correios pode ser suspensa

Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em greve desde o dia 1º de julho, podem suspender a paralisação no decorrer desta sexta-feira (11), sinalizaram a direção da ECT e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). Ontem, as duas partes aceitaram a proposta do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Rider Nogueira de Brito para pôr fim à greve da categoria. O ministro se reuniu ontem, em seu gabinete, em horários diferentes, com o presidente da ECT, Carlos Henrique Custódio, e com o presidente da Fentect, Manuel Cantoara.

Aos dois, ele entregou o documento no qual detalhou a proposta em sete cláusulas, enfatizando sua disposição para intermediar as negociações, mediante a realização de duas reuniões por semana, até o fim deste mês, em busca de uma solução bilateral para o conflito. Nas primeiras cláusulas, o ministro propõe que a ECT suspenda a aplicação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) de 2008, "exclusivamente em relação aos carteiros que prestam serviços externos, prevalecendo todas as condições anteriores".

Com isso, os carteiros deixariam de receber o valor linear de R$ 260, que foi estabelecido pelo novo plano, e voltariam a receber em julho e agosto de 2008, os 30% de abono, como acontecia antes. Em contrapartida dos trabalhadores, o ministro propôs a suspensão da greve a partir desta sexta. Nas cláusulas seguintes, a proposta trata dos compromissos que as duas partes devem assumir para voltar a discutir o plano de cargos, com a intermediação do presidente do TST.

Números

No décimo dia de greve, 35% das 240 milhões de correspondências postadas desde o inicio da paralisação ainda não foram entregues correspondendo a 84 milhões de cartas. Entre as encomendas, apenas 6% de um total de seis milhões, diz a ECT, não chegaram ao destinatário. Conforme a ECT, a adesão ao movimento é de 19%, em um total de 108 mil empregados, e de 30% considerando-se os 53 mil carteiros.

Segundo o sindicato da categoria, a paralisação atinge 24 Estados do País, além do Distrito Federal. Ainda de acordo com os Correios, das suas 7.037 unidades no País inteiro, em 390 (5 5%) os funcionários não cumpriram a determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de manter no mínimo 50% dos funcionários trabalhando.

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