Governo inocenta vice de Ciro de fraude no FAT

Brasília

(AG e AE) – O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) distribuiu na tarde de ontem uma nota oficial em que inocenta o sindicalista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, de irregularidades na aplicação de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) pela Força Sindical, na execução de ações de qualificação profissional no exercício de 2001. Paulinho, candidato a vice na chapa de Ciro Gomes, era acusado de desviar estes recursos.

Quanto a denúncias veiculadas contra o presidente licenciado da central sindical e candidato da Frente Trabalhista a vice-presidente, o comunicado diz que houve um procedimento indevido de alimentação do sistema de informática administrado pelo ministério e, por isso, apareceu um dado informando que uma mesma pessoa teria participado de 32 cursos de treinamento em várias cidades de diferentes Estados. O erro, segundo a comunicação, foi cometido por executoras contratadas pela Força Sindical. A divulgação do comunicado ocorreu após difícil negociação. O governo temia desmoralizar o sistema. A reação de Paulinho, após ser declarado inocente dessa acusação, não demorou. Ele disse que “alguém vai ter que pagar pelos danos morais” que teria sofrido com as denúncias feitas contra ele. Paulinho ressaltou as declarações favoráveis feitas a ele pelo ex-ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, que na segunda-feira chamou a acusação de injusta e precipitada. “Falam tanta besteira de mim que vou ficar rico com os processos por danos morais que irei mover. Vou processar todo mundo que falou besteira e distribuir o dinheiro na favela. Alguém vai ter que pagar pelos danos morais”, disse.

O sindicalista avaliou que a denúncia sobre desvio de recursos do FAT provocou um “desgaste” em sua imagem pública que não tem preço. Ele acredita que não houve um dano maior para a campanha por conta da “fragilidade” da denúncia e, sobretudo, pela postura confiante de Ciro em sua defesa. “Eu sei muito bem o que fiz e podem levantar a minha vida porque não irão encontrar nada”, disse Paulinho.

O sindicalista afirmou ainda que outras acusações que o envolvem – sobre uma compra suspeita de uma fazenda e um suposto suborno em razão de denúncias envolvendo a Força Sindical – não têm consistência e estão superadas.

Paulinho também disse que não passam de boatos as especulações sobre uma possível renúncia e a decisão, da Frente Trabalhista, de substituí-lo por um nome do PDT (o senador Álvaro Dias, seria uma alternativa). Ele negou pressão dos caciques políticos para renunciar. A nota do Ministério do Trabalho cria apenas um inconveniente para Ciro Gomes. Se antes tinha motivo para trocar Paulinho por outro vice de maior densidade eleitoral, agora perdeu o pretexto.

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