Governo endurece jogo com o crime

Brasília

(ABr e AG) – O presidente Fernando Henrique Cardoso tomou ontem uma série de dez medidas destinadas a conter a violência e o crime organizado no Rio de Janeiro. As medidas foram anunciadas em Brasília pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Alberto Cardoso, e também pelo ministro da Justiça, Miguel Reali Jr. O pedido de ajuda federal foi feito pela governadora do Rio, Benedita da Silva.

Segundo o general Alberto Cardoso, o plano tem tudo para dar certo e conta com o apoio das Forças Armadas por intermédio dos Serviços de Inteligência, do patrulhamento intensificado nas rodovias pelas polícias Federal e Rodoviária, patrulhamento Naval na Baía da Guanabara e nas costas do Estado do Rio, com trabalho conjunto da Marinha e da Polícia Federal, além da contratação de mais seis mil policiais federais. “Não há medida enérgica ou não enérgica. Há pessoas enérgicas ou não. As pessoas envolvidas nessa Força Tarefa têm vontade e energia para tocar adiante!. disse ele.

As dez medidas

1) A coordenação da força-tarefa será exercida por um representante do Ministro da Justiça a ele diretamente vinculado, sem prejuízo das respectivas competências de cada esfera – estadual e federal – no policiamento e no combate ao crime; 2) Composição – Representantes das Receita Federal e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) integrarão a força-tarefa. O Ministério Público será convidado a participar; 3) Inteligência – As áreas de inteligência das Forças Armadas apoiarão integralmente a força-tarefa; 4) Dinheiro – O governo federal colocará recursos necessários – humanos e financeiros – à disposição da força-tarefa, sem limites pré-fixados; 5) Pessoal – Criação de 6 mil cargos de guarda da Polícia Federal para exercer o policiamento marítimo, aeroportuário e de fronteiras, e o policiamento ostensivo realizado em virtude da competência da Polícia Federal; 6) Patrulhamento – Intensificação do patrulhamento naval na Baía da Guanabara e na costa do Estado com a participação conjunta da Marinha e da Polícia Federal.

Outras medidas: 7) Fronteiras – Intensificação do patrulhamento das estradas de acesso ao Estado, em conjunto pelas Polícias Federal e Rodoviária Federal ou Estadual, conforme o caso; 8) Controle – Intensificação do controle da entrada de contêineres em portos, aeroportos e postos de fronteira em conjunto pela Polícia Federal e Secretaria da Receita Federal; 9) Unificação – O governo do Rio de Janeiro passará a integrar a Rede Nacional de Inteligência de Segurança Pública; 10) Prevenção – Intensificação e consolidação do Plano de Prevenção da Violência Urbana na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Depois da divulgação de novas conversas gravadas e da apreensão de mais dois aparelhos celulares improvisados, drogas e material para fabricação de explosivos (pólvora e pavios) no presídio Bangu 1, a juíza Sônia Maria Garcia Gomes Pinto determinou ontem o afastamento definitivo dos 78 guardas penitenciários e de toda a direção da unidade, considerada de segurança máxima. De acordo com a juíza, titular da 1ª Vara Criminal de Bangu, há “conivência ou omissão” de agentes penitenciários para a entrada de drogas, armas e telefones, que, segundo ela, “não caem do céu”. A hipótese de participação de advogados e visitantes de presos no esquema, diz a juíza, também necessitaria da colaboração dos agentes.

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