Brasília – Uma representante dos parentes das vítimas do vôo 1907 da Gol, que caiu em Mato Grosso em 29 de setembro do ano passado matando todos os 154 ocupantes, encontra-se com o ministro da Justiça, Tarso Genro, hoje, ao meio-dia, em Brasília. Angelita de Marchi, vice-presidente da Associação das Vítimas e viúva do empresário Plínio Luiz de Siqueira Júnior, disse que essa será a primeira vez que os familiares dos mortos da maior tragédia aérea do Brasil serão ouvidos por um representante do governo. ?Até agora estivemos somente com intermediários e assessores?, comentou Angelita, acrescentando que houve apenas breve contato com o ministro da Defesa dois dias após o acidente.
Angelita preferiu não adiantar todos os pontos que serão apresentados ao ministro Tarso Genro. Ela disse que o objetivo do encontro é levar algumas reivindicações dos parentes das vítimas. A primeira questão seria conseguir audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já que o ministro é um dos principais interlocutores do governo.
Crime doloso
Outro ponto que será discutido é o indiciamento dos pilotos americanos do Legacy, Jan Paul Paladino e Joseph Lepore. A associação defende que eles sejam indiciados por crime doloso (com intenção) e não culposo, como ocorreu. ?Temos dados suficientes para isso. Faltou responsabilidade, experiência e conhecimento sobre a aeronave que eles conduziam?, lamenta Angelita.
Os dois condutores do jato foram apontados pelo Ministério Público Federal como responsáveis pela colisão com o Boeing da Gol e denunciados à Justiça. Também foram denunciados quatro controladores do Cindacta-1, que mantiveram contatos com os dois pilotos.