São Paulo (AG) – O pré-candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, disse ontem que, se ficar provado que cometeu alguma das irregularidades de que o acusa o empresário e ex-colaborador Guilherme Freire, desistirá da disputa presidencial. “Se alguém provar que cometi alguma irregularidade, eu renuncio à minha candidatura a presidente”, disse Garotinho em Presidente Prudente, onde esteve depois de visitar São José do Rio Preto e passar por São Paulo.
Freire acusa o ex-governador de envolvimento num esquema de cobrança de propinas de empreiteiras e grandes devedores do governo na região de Campos. Freire entregou três fitas cassete ao Ministério Público Federal, que solicitou abertura de inquérito à Polícia Federal. O procurador da República Celso Antônio Três informou que foi visitado anteontem por uma advogada de Garotinho, que quis saber por que ele decidiu pedir o inquérito. A advogada disse que Freire só começou a fazer as denúncias porque foi inabilitado para participar de concorrências públicas em Campos quando Garotinho era prefeito.
Ela também acusou o empresário de irregularidades. O procurador a aconselhou a escrever um relatório com as acusações para que sejam também encaminhadas à PF. Garotinho disse que as denúncias já apareceram em outras eleições e não têm fundamento. Ele disse também que anteontem entrou com mais um processo contra seu ex-colaborador. Garotinho voltou a acusar o senador José Serra, pré-candidato do PSDB, de estar usando Freire para prejudicar sua candidatura.
“Quero que provem que cometi alguma irregularidade. Essas fitas já foram recusadas pelo Ministério Público”, afirmou Garotinho em São José do Rio Preto. Em entrevista de manhã na Rádio Jovem Pan, em São Paulo, Garotinho citou nomes de integrantes do PSB que fariam parte de seu Ministério. O pré-candidato incluiu o ex-secretário de Desenvolvimento do Estado do Rio Tito Ryff, o economista Mário Tinoco, o coronel PM Jorge da Silva, da equipe que colaborou na elaboração do programa de segurança, os deputados Luiza Erundina (SP) e Beto Albuquerque (RS) e o deputado estadual em São Paulo César Calegari.
Garotinho ressalvou que seu Ministério também teria de ter nomes de outros partidos. “Os quadros do PSB são pequenos”, justificou. O pré-candidato desembarcou em Rio Preto às 11h30m, com duas horas e meia de atraso, e alterou a programação da visita à cidade para voltar a São Paulo.