Gangues fazem multidão de viúvas

Belém – Um tiro no peito, disparado por um conhecido há nove meses, pôs fim à vida de João Batista Porfírio Barbosa, de apenas 23 anos. Mortes como a dele têm alimentado a assustadora estatística de viúvas e órfãos da violência. Luziane Oliveira de Souza vivia com João havia três anos. Ele deixou duas filhas: Layannne, de apenas um ano, e outra, ainda sem nome, que deve nascer a qualquer momento. Luziane nem tinha certeza da gravidez quando presenciou a morte do marido. "É tudo muito ruim. Nem tanto porque fiquei com duas filhas. Mas porque fiquei chocada", diz ela. A guerra entre gangues de jovens diminui a expectativa de vida no País, como mostrou pesquisa do IBGE divulgada na semana passada. Em Belém do Pará, 20 em cada cem homicídios têm a participação de adolescentes, grande parte deles integrante de uma das centenas de gangues da cidade. No início da década, a socióloga Izabele Jatene catalogou pelo menos 200 gangues ativas em Belém. A maioria, oriunda de bairros da periferia da cidade.

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