Força Nacional defenderá Amazônia

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou que a Força Nacional de Segurança promoverá ações de proteção ambiental, especialmente na região amazônica, e disse que o governo estuda, agora, a possibilidade de fixar metas para reduzir o problema. ?O Brasil inteiro está preocupado com o aumento de 8% do desmatamento da Amazônia?, admitiu a ministra, durante reunião com representantes do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês), organizada na semana passada pelo governo do Rio e pela Companhia Vale do Rio Doce. 

Marina afirmou que o governo federal ?já fez uma série de reuniões e de ajustes? no programa de prevenção e controle do desmatamento, mas ressalvou que a ?variação? verificada de junho a setembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2006, ?aconteceu também em anos anteriores?. Os casos mais críticos foram registrados em Porto Velho (RO) e em cidades do Mato Grosso e do Pará.

Segundo dados coletados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a partir de imagens de satélite, a região da fronteira de Rondônia com a Bolívia – a derrubada de floresta cresceu 600%. ?A diferença é que (o País) não tinha um sistema aberto que as pessoas pudessem ficar acompanhando. Agora, a sociedade inteira está acompanhando, e eu celebro isso como algo muito positivo, porque até bem pouco tempo as pessoas estavam preocupadas se estava crescendo a inflação ou não, com justa razão. Hoje, o Brasil inteiro está preocupado com o aumento de 8% no desmatamento?, declarou a ministra. ?Ou seja, a sociedade brasileira está dizendo que quer se desenvolver economicamente, mas quer proteger a Amazônia. Isso é um avanço. Não quer repetir na Amazônia o que aconteceu aqui (no Rio) com a Mata Atlântica, que de 1,3 milhão de quilômetros quadrados tem apenas 7%, graças ao fato de termos um sistema transparente que orienta as ações do governo e a capacidade de cobrança política da sociedade.?

Ela afirmou que, até 2003, ?esse processo era uma caixa- preta?. ?As pessoas se conformaram durante quase 18 anos em receber o dado um ano e meio depois sem nenhuma informação sobre onde e como tinha acontecido. Hoje, é um dado aberto para a sociedade.?

Segundo a ministra, que manteve a previsão para este ano de redução de 30% do desmatamento na Amazônia, o objetivo agora é não permitir que o aumento ?se constitua uma tendência?. ?É claro que um aumento de 1%, 2% ou 8% nos preocupa. Mas, com certeza, em 2007, o desmatamento vai ter queda significativa. Estamos trabalhando para que em 2008 não haja retrocesso. Com recursos próprios, graças a Deus, e com muito trabalho, estamos conseguindo a redução do desmatamento de 65% em três anos, a se confirmar a queda de 30% em 2007.?

Marina disse que o ?grande desafio é fazer com que o desmatamento continue caindo?. ?Saímos de uma taxa de 18 mil quilômetros quadrados, em 2001, para 21 mil em 2002, depois 23 mil em 2003 e 27 mil em 2004. Depois, caiu para 18 mil, em 2005, 14 mil, em 2006 e vai cair para 9,6 mil quilômetros quadrados em 2007. Diminuímos meio bilhão de toneladas de CO  (gás carbônico) em 3 anos, isso representa 20% de tudo o que os ricos teriam que reduzir nos últimos dois anos. Vamos continuar sem baixar a guarda. O objetivo é o desmatamento ilegal zero.?

A ministra atribuiu o aumento a fatores como alongamento do período seco e aquecimento do mercado. Ela demonstrou preocupação em relação a 2008 por se tratar de ano eleitoral.  

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