Força Nacional adia operação no Rio

A Força Nacional de Segurança adiou para a semana que vem o início de sua mobilizaçao no Rio de Janeiro. Ela vai atuar em 19 pontos das divisas do estado, que já foram escolhidos e serão bloqueados. A informação foi divulgada pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que explicou que os locais de bloqueio foram selecionados por acordo entre a secretaria, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Receita Federal.

A lista já foi apresentada ao governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e incluirá vigilância junto à divisa com São Paulo, onde a polícia fluminense considera a situação mais crítica. ?Muitas vezes, o trânsito de drogas e substâncias proscritas vem da fronteira do Brasil com o Paraguai, e essas linhas trazem ao Rio?, disse o secretário.

Beltrame praticamente descartou a possibilidade de a força começar suas operações no estado ainda esta semana, apesar da expectativa criada em relação à possível chegada da tropa ao estado nos próximos dias. ?Como é um contingente muito grande e envolve uma série de instituições, o que pode retardar um pouco isso é a questão logística?, afirmou. Ele declarou que até quarta-feira o planejamento operacional estará completo e demonstrou otimismo. ?A Força Nacional está pronta em Brasília, e basta o governo do estado se manifestar no sentido da sua necessidade que ela comparece?, disse.

A operação terá o envolvimento de pelo oito órgãos federais e estaduais, além das prefeituras dos municípios de divisa do Rio de Janeiro. Segundo o planejamento, a Força Nacional fará o policiamento ostensivo, dando apoio às polícias Rodoviária Federal e Militar, nos trabalhos de revista de carros e pessoas.

As polícias Federal e a Civil ficarão encarregadas da parte de investigação e inteligência, dando suporte às outras polícias. As Receitas Federal e estadual fiscalizarão a parte de mercadorias. A idéia é que o Departamento de Transporte Rodoviário (Detro) também apóie as operações, assim como as guardas municipais das prefeituras.

O objetivo principal da operação será combater os tráficos de drogas e de armas, a redução do roubo de cargas e de carros, impedir a troca de informação entre facções criminosas de Rio, São Paulo e Espírito Santo, e dar sensação de segurança à população.

Linha Vermelha

O secretário confirmou a criação, até o início da próxima semana, de um comando da Polícia Militar para policiar vias expressas, incluindo a Linha Vermelha, o Elevado da Perimetral, Túnel Rebouças e Aterro do Flamengo, até Botafogo. Nessas áreas tem ocorrido muitos assaltos a motoristas e viajantes que chegam à cidade pelo Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim. Uma das vítimas foi a presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie.

A nova tropa terá cerca de 200 homens, com carros novos, motocicletas e policiais com experiência ?não muito extensa?, além de oficiais de patente intermediária, para fazer patrulhamento móvel. ?Não há uma área onde possamos colocar um carro, temos que fazer um policiamento móvel nesses locais. São viaturas e motos que vão estar permanentemente rodando.?

Segurança do Pan recebe R$ 467 milhões

Brasília (AE) – Depois da onda de ataques contra a população carioca nos últimos dias de 2006, o governo federal confirmou ontem a liberação de mais R$ 135 milhões para reforçar a segurança para os Jogos Pan-Americanos do Rio, que irão acontecer entre os dias 13 a 29 de julho.

A Medida Provisória, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União, destina ainda R$ 313,5 milhões para implementações de infra-estrutura e tecnologia e outros R$ 8,3 milhões para a modernização dos aeroportos Galeão e Santos Dumont. Ao todo, a nova remessa de dinheiro do governo federal chega a 475 milhões.

Segundo o Ministério do Planejamento, com essas verbas, o repasse do governo federal para a competição soma R$ 1,284 bilhão, quase dez vezes mais do que os R$ 135 milhões orçados inicialmente pela União para o Pan.

A preocupação com a segurança dos Jogos Pan-Americanos cresceu após a onda de violência que deixou ao menos 19 pessoas mortas.

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