Fiscalização do Ministério Público irrita Polícia Federal

O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) reiterou na quinta-feira (22) cobrança à Corregedoria-Geral da Polícia Federal (PF) sobre informações de apreensões de droga realizadas “sem a devida abertura de inquérito policial”. Em ofício à cúpula da PF, o procurador da República Roberto Antonio Dassié Diana pediu a imediata abertura de investigação. A fiscalização realizada por procuradores incomoda os policiais federais e constantemente abre frente de atritos entre as duas instituições.

A ofensiva de Dassié, que coordena o Grupo de Controle Externo da Atividade Policial do MPF-SP, é mais um capítulo do procedimento que ele conduz marcado por um clima de tensão. Dassié conduz investigação sobre denúncias do delegado Protógenes Queiroz, mentor da Satiagraha – em julho, depois que perdeu a presidência do inquérito contra o banqueiro Daniel Dantas, o delegado protocolou representação na Procuradoria da República por meio da qual afirma ter sofrido boicote de superiores.

Em nota, a Superintendência da PF em São Paulo informou que “desconhece as supostas irregularidades citadas pelo Ministério Público, uma vez que não recebeu documento informando sobre os fatos”. Segundo a PF, “os casos ocorridos no passado foram todos solucionados, inclusive com a prisão e condenação dos envolvidos”. A PF destacou que “na presente data está sendo encaminhado ofício ao procurador da República para que envie cópia dos casos em que entende existirem distorções no procedimento”.