Fim da reeleição não pode atingir Lula

Brasília – O novo coordenador político do governo, Jaques Wagner, disse ontem que o Congresso pode decidir acabar com a possibilidade de reeleição do presidente da República, mas que a mudança não pode atingir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi eleito dentro dessa norma. "O Congresso Nacional tem maturidade para não tentar o casuísmo de mudar a regra no jogo que já está sendo jogado", disse Wagner, após visitar os presidentes do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE).

O novo coordenador político do governo afirmou considerar legítimo que a oposição faça o discurso de que Lula não deva se candidatar a um segundo mandato, mas que não há espaço para essa possibilidade de não disputar a eleição. "Da parte do governo e do próprio presidente, eu, sinceramente, nunca ouvi essa conversa", afirmou. Mas Lula, segundo Wagner, tem repetido que o assunto reeleição só deve ser tratado a partir de abril.

O novo coordenador político disse que a visita a Calheiros e Severino foi para falar das novas tarefas que assume e da importância das votações. Wagner e o presidente da Câmara foram colegas de Mesa Diretora, quando o petista ocupou a terceira secretaria da Casa, enquanto Severino era o segundo vice-presidente. Wagner garantiu que trabalhará na coordenação política em equipe e que estará mais presente no Legislativo. "A vontade do presidente é que eu seja um jogador no campo e não trancado no Planalto", revelou.

O instituto da reeleição foi criado durante o mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em benefício do então mandatário. Em recente entrevista, FHC pediu que Lula desistisse de tentar a reeleição. 

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