FH: ataque a atual governo não vai prejudicar Serra

Ao comentar o crescimento nas pesquisas do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta segunda-feira que não teme que seu governo se torne o principal alvo dos ataques entre o tucano e o candidato da Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB), Ciro Gomes.

– Ataque, quando é eleitoral, não pega. Não adianta. Tem efeito pouco positivo. Não resolve – afirmou.

O presidente considerou positivo o fato de os candidatos mostrarem propostas nos seus programas eleitorais.

– Fico vendo na televisão, com satisfação, que os candidatos estão fazendo propostas ao redor das linhas que eu mesmo coloquei como fundamentais para o Brasil. O que está se debatendo é a agenda nacional. E isso é o que conta – afirmou.

Fernando Henrique rebateu a tese de que seu governo foi o responsável pelo aumento da taxa de desemprego, atualmente em 7%. Ele disse que a parte que lhe cabe nesse percentual é menor, sobretudo porque a geração de emprego é influenciada pelo cenário econômico.

– É muito ruim haver desemprego, mas às vezes me atribuem um número que é muito maior, que não é o verdadeiro. Quando eu assumi o governo, a taxa já era de 4,5% a 5% de desemprego. Não é o governo que falha nessa questão. A economia é um processo da sociedade. Há momentos de expansão e de retração – concluiu.

A proposta de Serra, de geração de oito milhões de emprego, tem sido criticada por Ciro Gomes. Fernando Henrique prometeu durante sua campanha gerar sete milhões de empregos.

– Se eu pudesse daria 12 milhões, 20 milhões. Só que a realidade é outra, não depende da gente – afirmou.

O presidente disse ainda que vai manter o programa de transição do atual ao próximo governo, mesmo que o eleito seja José Serra. Ele disse que o processo de transição é prova de maturidade e que a eleição de um candidato do governo não quer dizer que ele não vá fazer mudanças profundas.

– O fato de ser eleito alguém do mesmo partido do atual governante não implica que esse alguém não vá mudar muita coisa. Portanto, eu vou ter que explicar muita coisa – justificou.

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