Favelas do Rio querem fim da ocupação da PM

Rio – Representantes de associações de moradores de favelas dos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio, procuraram a seção fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) para pressionar pelo fim da ocupação da Polícia Militar na Vila Cruzeiro. Ontem, a operação da PM na favela completou 15 dias com 15 pessoas mortas à bala e 45 feridos.

O presidente da Associação de Moradores da Vila Cruzeiro, Antônio Tibúrcio, disse que apenas dois dos mortos nos confrontos eram integrantes da quadrilha local. O presidente da Federação das Associações de Moradores de Favelas (Faferj), Rossino de Castro, defendeu que a polícia encerre as operações na região e adote a investigação para voltar à favela com alvos determinados. ?Estamos nos sentindo massacrados?, queixou-se.

A reunião do presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, com os líderes comunitários foi acompanhada por dois observadores da Anistia Internacional. Damous afirmou à entidade que a OAB-RJ se juntará a outras instituições de defesa dos direitos humanos e parlamentares estaduais para tentar convencer o governo estadual a atender os pedidos das associações.

?Fiquei muito impressionado com os relatos de atitudes arbitrárias por parte do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM). As pessoas estão perdendo trabalho, escola. Ninguém pode circular à noite. A polícia deveria estar lá para proteger a população, não atormentá-la?, disse Damous. 

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