Fantasmas: Tavares ataca família Sarney

Brasília – O governador do Maranhão, José Reynaldo Tavares (PTB), deu entrevista ontem para responder às denúncias da revista Veja, da semana passada, de que teria pago US$ 20 milhões em obras fantasmas. O governador informou que constituiu uma corregedoria para ajudar o Ministério Público a investigar toda e qualquer denúncia contra o atual governo e administrações passadas, como a da ex-governadora, Roseana Sarney.

Tavares atribuiu as acusações à família Sarney. "Não tenho dúvidas de que todas as denúncias contra mim têm o dedo desse império que comandou o Estado nos últimos 40 anos", disse o governador. Embora sua assessoria tenha distribuído uma carta dos militantes do PT maranhense, enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última segunda-feira, desaconselhando o presidente a nomear Roseana ministra, José Reynaldo não quis opinar sobre a idoneidade da senadora.

"Só digo ao presidente que a Roseana deixou um armário repleto de esqueletos estaduais, e na hora em que ela for ministra, esses esqueletos vão se tornar federais", disse. Entre os esqueletos citou o envolvimento do nome do Roseana no chamado caso Usimar, que causou um prejuízo de US$ 44 milhões de dólares à extinta Sudam e o caso da empresa Lunus, de propriedade da senadora e do seu marido, Jorge Murad, onde a Polícia Federal apreendeu R$ 1,3 milhão e a procedência dos recursos não foi esclarecida. A carta dos petistas cita esses dois casos e também o escândalo da estrada fantasma Arame-Paulo Ramos – a governadora autorizou o pagamento de US$ 33 milhões para uma estrada inexistente.

Tavares, que abandonou o PFL depois de brigar com a família Sarney e agora está no PTB, disse que apóia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que não vai se intrometer no assunto Ministério. "Mas se a Roseana for para o Ministério, eu saio do apoio do governo federal", disse.

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