Fantasma de FHC volta a assustar

Brasília – A volta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao cotidiano da política mexeu com o PSDB. Sua disposição para liderar os ataques mais ácidos ao governo Lula o pôs na condição de uma espécie de curinga para as eleições de 2006. Sempre lembrado para voltar à Presidência da República, Fernando Henrique passou a ser citado agora como alternativa para o governo de São Paulo, que não conta com um nome natural e forte do PSDB.

A idéia é polêmica e divide os tucanos paulistas, especialmente os de olho na sucessão do governador Geraldo Alckmin, hoje cotado para concorrer com o presidente Lula em 2006. Mas agrada outros setores do partido, preocupados com a ausência de um candidato forte para conservar o maior estado do País, onde os tucanos se mantêm desde 1995, com a posse de Mário Covas.

Mesmo quem é contra a idéia admite que a candidatura de Fernando Henrique Cardoso poderia ser imbatível e ajudaria o partido no cenário nacional. Na hipótese da reeleição do presidente Lula, o governo tucano em São Paulo asseguraria um pólo forte de oposição, que teria repercussão em todo o País.

"Há esse raciocínio no partido, de que ele é um grande nome (para o governo paulista). E o fato de ter sido presidente não é problema. Já houve precedentes na história recente", afirma o novo presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo.

Azeredo lembra que Jânio Quadros e Itamar Franco se elegeram prefeito de São Paulo e governador de Minas Gerais, respectivamente depois de deixarem a Presidência da República.

"É fato que não há hoje um nome forte e natural despontando em São Paulo. Pode aparecer, mas não existe e é importante para o partido manter os governos estaduais que tem hoje", completa Azeredo. "Se ele for candidato mesmo, será imbatível", diz outro líder tucano, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), um dos pré-candidatos do PT ao governo paulista, ao lado da ex-prefeita Marta Suplicy e do senador Aloizio Mercadante, já ouviu rumores no Estado sobre uma provável candidatura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao cargo. Ele reconhece a força do eventual adversário: "Ele é um candidato forte ao governo de São Paulo, mas não é imbatível".

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