Falta d?água já atinge 70 mil famílias

Manaus (ABr) – A meta de atendimento do Plano Emergencial SOS Interior, de socorro às vítimas da seca no Amazonas, subiu de 32 mil para 72 mil famílias, segundo o coordenador do plano e secretário de governo, José Melo. Ele informou que 32.955 famílias já foram atendidas com a distribuição de 900 toneladas de cestas básicas e 36 toneladas de medicamentos. ?A previsão inicial de 32 mil famílias estava baseada em um levantamento da Defesa Civil Estadual, concluído há 15 dias. Desde então, os rios começaram a subir nas cabeceiras, mas continuaram a baixar nos médios e baixos rios. Por isso, outras comunidades estão agora sendo afetadas pela seca?, explicou Melo.

De acordo com Melo, uma balsa está a caminho de Tefé, no médio Solimões, e deve chegar lá hoje. Ela leva 188 toneladas de alimentos para 6.750 famílias de nove municípios da região: Alvarães, Tefé, Uarini, Jutaí, Fonte Boa, Japurá, Juruá, Maraã e Carauari. Outra balsa, que está subindo o Rio Madeira, já passou por Borba e Nova Olinda do Norte – e ainda vai parar em Novo Aripuanã e Manicoré. Ela saiu de Manaus carregada com 72 toneladas de alimentos, quantidade suficiente para abastecer 2.700 famílias durante um mês.

Junto com a comida, vão também remédios: as 36 toneladas de medicamentos distribuídas incluem o hipoclorito de sódio (popularmente conhecido como água sanitária), usado no tratamento da água para consumo humano. ?Apesar do gosto ruim que fica na água, as pessoas devem usar o hipoclorito, para não terem problemas gástricos, principalmente diarréias. Quem receber o produto deve pingar uma gota em cada litro de água e deixar fazer efeito durante 20 minutos, antes de beber?, esclareceu Melo.

Por fim, o secretário declarou que ontem começaram a ser montadas em Manaus as 100 mil cestas básicas doadas pelo governo federal – e adquiridas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O decreto do governo estadual de estado de calamidade pública nos 61 municípios do interior do Amazonas foi publicado no dia 10 deste mês e tem validade de 90 dias.

Isolados

Pelo menos 75 comunidades de 11 municípios que pertencem ao baixo Amazonas estão isoladas, segundo a coordenação da Defesa Civil Estadual. Na semana passada, o governador Eduardo Braga (PMDB) já havia dito que a seca iria se agravar na região, por conta da vazante do Amazonas.

Faltam água potável, alimentos, energia elétrica e há casos de diarréia em Parintins (6 mil famílias isoladas), Nhamundá (5 mil famílias), Barreirinha (500 famílias isoladas), Maués (800 famílias) e Boa Vista do Ramos (76 famílias). É também crítica a situação em comunidades banhadas por afluentes do Rio Negro, como em São Gabriel da Cachoeira (incluindo aldeias dos índios ianomamis), Barcelos, Santa Izabel do Rio Negro e Novo Airão. Nas comunidades de Cabury, Mocambo, Ilha da Guariba, Caracura, em Parintins, os moradores estão com diarréia e anemia.

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