Exército assina convênio contra guerra cibernética

O Brasil terá, pela primeira vez, um programa de Estado para o combate das ameaças virtuais. O Exército anunciou ontem a assinatura de um convênio para a defesa do País em uma eventual guerra cibernética. A principal ameaça contra os militares é a mesma que infecta bancos e pessoas comuns: ladrões de senhas.

Segundo o general Antônio dos Santos Guerra Neto, comandante do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX), os militares vão defender diretamente apenas seus computadores. Mas participarão do desenvolvimento de antivírus que serão usados por computadores no mundo todo. De acordo com o general, o Exército vai trabalhar ainda para desativar os IPs (endereço na internet) de onde saem os vírus.

Os números sobre crimes na internet no Brasil impressionam: 11% de todos os spams do planeta partem do País, segundo a Symantec (maior fabricante de antivírus do mundo). Em 2009, as fraudes virtuais causaram prejuízo de R$ 900 milhões aos bancos, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

O convênio do Exército foi firmado com a empresa Panda Security, com sede em Bilbao, na Espanha. Por dois anos, a Panda receberá todos os arquivos suspeitos que caírem nos antivírus do Exército e providenciará “vacina” para eles em até 24 horas. Serão 37,5 mil computadores enviando informações à Panda, ou 60% do total de máquinas em uso pelos militares. No futuro, essas “vacinas” poderão estar disponíveis ao cidadão comum por meio da atualização de programas de antivírus já em uso.