Exército argentino alimenta tráfico no Brasil, revela CPI

A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o tráfico de armas no Brasil – a CPI das Armas – assegura que existem vídeos que comprovariam a participação de oficiais do Exército argentino no caso, disse um de seus integrantes. ?A informação que tenho é que existem filmagens que mostram não apenas vozes, mas imagens, equipamentos, automóveis e pessoas, entre eles intermediários brasileiros e argentinos?, afirmou o deputado Colbert Martins, (PPS-BA).

Segundo o presidente da comissão, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), existem provas de que pelo menos seis ?altos oficiais? do Exército argentino participam do tráfico de armas que abastece grupos criminosos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Outro membro da comissão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), disse que os ?fortes indícios? da participação de militares argentinos surgiram de interceptações de telefonemas de intermediários brasileiros autorizadas pela Justiça. O caso ganhou grande relevância política na Argentina e está sendo acompanhado pela própria ministra da Defesa do país, Nilda Garré.

Moroni, Martins, Pimenta e Laura Carneiro (PFL-RJ), vice-presidente da comissão, se reunirão hoje com o embaixador argentino, Juan Pablo Lohlé, para colocá-lo a par do andamento das investigações. ?Vamos discutir uma associação entre o tráfico de armas e de drogas que detectamos a partir de uma detenção realizada pela Polícia Federal brasileira em novembro na região da tríplice fronteira?, explicou Martins. ?Também vamos mostrar ao embaixador as investigações e provas que temos da atividade de pessoas dos países da região da tríplice fronteira, porque estamos muito interessados no tema do tráfico de armas?, acrescentou.

Segundo o deputado, em novembro foi apreendido no Brasil um pequeno avião monomotor carregado com lança-perfumes, uma droga muito popular no país e produzida na Argentina, além de armas pesadas de diversos tipos. ?Além da droga, havia fuzis, metralhadoras e munição em grande quantidade, supostamente vindos também da Argentina. Por isso estamos interessados nesses militares argentinos que participam do tráfico de armas, e estamos interessados também nessa associação detectada entre o tráfico de armas e de drogas?. acrescentou Martins.

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