Ex-deputado é preso na Operação Xeque-Mate da Polícia Federal

A Polícia Federal desencadeou nesta segunda-feira (4) a partir de Campo Grande no Mato Grosso do Sul, a Operação Xeque-Mate. Dos 77 que foram presos em seis Estados, estão um ex-deputados, oficiais da Polícia Militar, delegado de polícia, advogados e empresários. O ex-deputado estadual Roberto Razuk (DEM-MS) foi detido em Dourados. Já o ex-deputado federal Nilton César Servo (PSB-PR), que também teve prisão decretada, conseguiu escapar ao cerco. Ele é acusado de ser um dos principais exploradores da máfia dos caça-níqueis.

Os acusados responderão por tráfico de drogas, contrabando, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal, formação de quadrilha, tráfico de influência, exploração de prestígio e até tortura. Segundo o coordenador da operação, delegado Alexandre Custódio, as prisões foram acompanhadas de apreensões de dezenas de carros de luxo, utilitários, caminhões, além de uma quantia ainda não calculada de ouro, dólares, reais e máquinas caça níqueis.

Os federais chegaram na casa de Servo por volta de 7h da manhã, encontrando no local seu filho, a esposa e três funcionários. Também foram presos o tenente-coronel da PM Marmo Marcelino de Arruda, o coronel Edson da Silva – que seria dono de chácara onde a Polícia Federal apreendeu caça-níqueis no fim do ano passado, o major Sergio Roberto Carvalho – que já cumpriu pena por tráfico de drogas – e o delegado titular da Delegacia Especializada de Ordem Polícia e Social, Fernando Augusto Soares Martins.

A maioria dos presos é de Mato Grosso do Sul. Treze são de São Paulo, um do Mato Grosso, dois do Paraná, um no Distrito Federal e um em Rondônia. A Operação Xeque-Mate contou com 600 policiais. A PF explicou que as investigações envolvem dois inquéritos e suas ações coincidiam nos atos criminosos de cinco grupos existentes nos estados envolvidos na operação, ligados à "máfia dos caça-níqueis".

Inicialmente, o trabalho policia estava concentrada no contrabando e descaminho de mercadorias, principalmente na introdução de armas estrangeiras de forma ilegal no País. Dessa forma surgiu o primeiro inquérito policial. O segundo visa apurar a corrupção de policiais civis e envolvimento com tráfico de drogas no estado do Mato Grosso do Sul, mais especificamente no município de Três Lagoas.

Alertando que o trabalho que é feito sob segredo de Justiça o delegado Custódio evitou citar nomes e disse que em Três lagoas, na divisa com São Paulo, foram identificados casos de tortura entre os grupos. Nove advogados estão envolvidos, juntamente com policiais civis e agentes carcerários, no recebimento de propinas para manter os caças níveis funcionando e facilitar a entrada de peças compradas em São Paulo.

Voltar ao topo