Eunício Oliveira definido como ministro pelo PMDB

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou ontem a fase final das negociações da reforma ministerial, mas, por enquanto, tomou apenas uma decisão: o líder do PMDB na Câmara, Eunício Oliveira (CE), será um dos dois ministros do partido na nova estrutura do governo. O assunto foi tratado logo cedo, numa reunião de Lula e o chefe da Casa Civil, José Dirceu, com o ministro das Comunicações, Miro Teixeira, o mais cotado para deixar o posto e ceder a cadeira a Oliveira na Esplanada dos Ministérios.

A idéia de fazer uma reforma pragmática, apenas para acomodar a legenda, ganhava força no Palácio do Planalto, mas uma convocação de Dirceu ao presidente nacional do PSB, deputado Miguel Arraes (PE), para um encontro amanhã, em Brasília, reforçou a tese de que esta primeira fase da reforma do ministério pode ser um pouco mais ampla.

Dirigentes do PSB têm recebido recados insistentes de que o presidente não quer mais o ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, na equipe. Por isso mesmo, cresce em setores da sigla e da administração federal a convicção de que o novo representante da agremiação no Poder Executivo será o líder na Câmara, Eduardo Campos (PE), neto de Arraes.

De férias na praia com a família, Campos não recebeu qualquer comunicado oficial do Executivo nem deve acompanhar o avô à capital federal. Os socialistas sabem que o PSB não ampliará a cota na Esplanada, seja a mudança ministerial feita em uma ou duas partes. Mas isso não significa que o líder do PSB na Câmara assumirá o comando do Ministério de Ciência e Tecnologia.

Uma das hipóteses em análise pela União é a de nomear Campos para o Ministério dos Esportes. Na eventual saída do ministro Agnelo Queiroz dos Esportes, o PC do B seria contemplado com a indicação do líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (SP), para o Ministério da Articulação Política, que poderá ser criado com a divisão da Casa Civil, ou até mesmo na Secretaria Geral da Presidência.

A liderança governista na Câmara ficaria, então, com o deputado Paulo Rocha (PT-PA), ligado a Dirceu. Nessa equação, setores do governo também trabalham com a alternativa de Miro Teixeira retornar à Câmara e ocupar a liderança governista no lugar de Rebelo. Para abrigar o PMDB no Ministério das Comunicações, com a provável nomeação do líder do partido na Câmara, o ministro das Comunicações também poderá ser transferido para o Ministério da Ciência e Tecnologia.

Como pertence ao PDT do ex-governador do Rio Leonel Brizola, que faz oposição à gestão petista e determinou aos filiados que se demitam da administração federal, Miro Teixeira se vdesligaria da legenda para permanecer na equipe de Lula. Ele deverá filiar-se ao PSB, mas não agora.

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