‘Estupro é um acidente horrendo’

São Paulo – O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, reafirmou ontem, que é contra o aborto, mesmo em casos de estupro. Durante sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo, a colunista Danuza Leão lembrou as declarações de Severino de que o estupro é um problema passageiro. Desta vez, o deputado classificou o crime como "um acidente horrendo". Ele disse que "vejo tantas crianças felizes, o que é demonstração de que a vida pertence a Deus. Se houve o estupro, Deus quis que a criança nascesse. Mesmo o estupro sendo um acidente horrendo – afirmou.

Ele acrescentou ainda que o estuprador poderia até ser condenado à morte. "Como sou cristão, não admito a pena de morte, mas ele (estuprador) deveria ser condenado duramente", diz. Danuza perguntou também se ele teria a mesma opinião caso a vítima fosse uma mulher de sua família. "Se fosse uma pessoa da minha família, eu teria a mesma posição. Só Deus pode tirar a vida. A mãe que tem seu filho é feliz, mesmo sendo pelo amor forçado – afirmou o deputado, acrescentando que a mulher precisa do apoio dos familiares para não se sentir marcada."

Antes, o presidente da Câmara arrancou risos e aplausos da platéia ao afirmar que casou meio virgem. Foi uma resposta a uma pergunta também feita por Danuza Leão, que quis saber se ele era a favor do sexo antes do casamento. "Olha, esta experiência eu acho muito ruim. Eu acho que a vida sexual deve começar no casamento", disse o presidente da Câmara. "Para os homens também?", perguntou Danuza.

"Se a senhora quer saber se fui assim ou não, lhe direi que fiz isso. Eu era um homem puro e me casei com uma mulher que foi uma dádiva de Deus, a que me serviu. São 52 anos de casado e sou feliz", disse. "O senhor está confessando publicamente que casou virgem?", indagou a jornalista. "Mais ou menos isso", respondeu Severino.

"O senhor suportaria se sua mulher tivesse casado mais ou menos virgem também ou este direito é só masculino?", disparou Danuza. "Não. Acho que a mulher tem que ser virgem, tem que ser pura. O homem não, muitas vezes quer aprender como fazer o serviço", disse ele. "Mas aprender com quem, se a mulher tem que ser virgem?", perguntou Danuza. "Com quem estiver disposta a ser professora", afirmou. 

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