Esquerda tenta ser nova opção ao PT

O PPS e o PDT tentarão fechar um acordo para lançar candidatura única à Presidência da República. Com isso, buscam articular uma frente de esquerdas para fazer oposição ao PT e ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e se contrapor à outra chapa, liderada pelo tucano Geraldo Alckmin.

Como tanto o PPS – deputado Roberto Freire (PE) -, quanto o PDT – senador Cristovam Buarque (DF) -, têm pré-candidatos, os dois partidos buscarão um programa comum de governo antes de tomar a decisão sobre quem será cabeça de chapa e quem será vice. Em reunião realizada anteontem, em São Paulo, Freire, que é presidente do PPS, e Carlos Lupi, presidente do PDT, concordaram que é preciso ter uma chapa única para melhorar o desempenho eleitoral dos dois partidos.

As articulações pela candidatura única das esquerdas vêm sendo feitas também pelo PV. Na semana passada, Freire e Cristovam Buarque participaram de uma reunião convocada pelo PV. A senadora Heloísa Helena (AL), pré-candidata a presidente pelo PSol, também estava presente. Mas será difícil a entrada dela na frente comandada pelo PPS e pelo PDT. É mais provável que o PSol se una ao PSTU, pois ambos estão bem mais à esquerda que os demais.

Reforma

Durante palestra para empresários, ontem de manhã, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, defendeu a conclusão das reformas constitucionais. Ele, porém, disse ser contrário a convocação de uma nova Assembléia Geral Constituinte. "Precisamos fazer as reformas. Chacoalhar as estruturas para o Brasil não ser o último da fila. Defendo as reformas inconclusas, mas não faria uma Assembléia Geral Constituinte", afirmou Alckmin, encerrando uma visita de três dias ao Ceará.

De acordo com ele, a convocação de uma nova Assembléia Constituinte implicaria no risco de tornar a Constituição ainda mais cheia de detalhes. "O risco de ter uma Constituição mais enciclopédica. Além do que, muita coisa não precisa de reforma. É ação." Alckmin fez o comentário sobre as reformas depois de ser instigado pelo presidente da Fiec, Jorge Parente, que, em discurso na abertura da palestra, cobrou a conclusão de todas elas (política, trabalhista, sindical, etc.) e um choque de gestão no País.

Durante o tempo reservado às perguntas da platéia, o pré-candidato tucano foi questionado sobre quais seriam suas posições sobre a recriação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a transposição das águas do Rio São Francisco para o nordeste setentrional e sobre a reforma agrária.

Sobre o desafio lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o povo é quem julgará o seu governo, Alckmin disse que "Lula está soberbo. Está vestindo um salto 15. Eu vou de sandálias da humildade", brincou, fazendo alusão ao quadro do humorístico "Pânico na TV". Do Ceará, o pré-candidato tucano seguiu direto para Brasília, onde à tarde participou de uma reunião com o comando de sua campanha. Segundo sua assessoria, a próxima viagem dele será amanhã para Uberaba (MG), onde participará de uma exposição de gado zebu.

Enquanto isso, em São Paulo, o ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato ao governo estadual pelo PSDB, José Serra, retomou sua campanha após recuperação da cirurgia de hérnia epigástrica, realizada em 10 de abril. Ontem Serra visitou a prefeitura e correligionários de Mogi das Cruzes, na grande São Paulo. Deu entrevista a uma TV e jornais locais e visitou o centro comercial da cidade, onde fez o tradicional corpo a corpo.

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