Empresas emitiam notas frias, diz Ministério Público

A denúncia do Ministério Público Federal à Justiça revela que empresas de fachada emitiam notas fiscais frias, atestando a prestação de serviços ou vendas inexistentes, para desviar recursos quando os empresários acusados de operar o esquema de fraudes apurado na Operação Águas Profundas contra a Petrobras recebiam pagamentos da estatal. O esquema, segundo a denúncia, era operado por Ruy Castanheira, advogado e contador com passagem por cargos no governo fluminense e ligações políticas, e permitia sonegar impostos e desviar verba para propinas ou sócios da empresa Angraporto.

Os investigadores avaliam que o desmantelamento da rede de empresas de fachada supostamente operada por Castanheira pode levar ao desbaratamento de outros esquemas, a partir do exame do material obtido nas buscas e apreensões da Operação Águas Profundas.

Essa expectativa é alimentada pelo resultado de interceptações telefônicas feitas com autorização judicial, nas quais apareceram indícios de outras operações irregulares, sem ligações com o caso da Petrobras nem com as fraudes envolvendo ONGs e cujos interlocutores não foram identificados. Responsáveis pela investigação estão convencidos de que esbarraram num megaesquema de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

Desencadeada pela Polícia Federal, a operação Águas Profundas investiga um esquema de fraudes em licitações da Petrobras e já indiciou 26 pessoas, das quais 18 tiveram prisão preventiva decretada e 14 já foram capturadas. A PF apurou que a Angraporto empresa pivô do esquema desmantelado pela Operação, teria desviado R$ 60 milhões em apenas três contratos auditados.

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